Brasil usa dupla patriota contra "zica" de carrascos históricos em sorteio

José Ricardo Leite e Vanderlei Lima

Do UOL, em São Paulo

  • Reuters

    Zidane (esq.) e Cafu em lance em 2006; ambos representam seus países em sorteio

    Zidane (esq.) e Cafu em lance em 2006; ambos representam seus países em sorteio

Maior campeã das Copas do Mundo, com cinco títulos, a seleção brasileira tem apenas duas derrotas em finais - 1950, quando perdeu contra o Uruguai em casa, e em 1998, quando caiu contra a anfitriã França. E como é tradição no futebol nacional, os títulos perdidos geraram não só os vilões locais, mas também históricos carrascos dos quais não consegue se esquecer.

E os dois maiores vilões da história do futebol brasileiro estarão presentes no sorteio que marca a volta da Copa do Mundo ao país depois de 64 anos. O evento será realizado em 6 de dezembro, na Costa do Sauípe, na Bahia.

O uruguaio Alcides Edgardo Ghiggia, autor do segundo gol uruguaio na vitória por 2 a 1 em 1950, e o francês Zinedine Zidane, que marcou dois na vitória por 3 a 0 em Paris, serão os representantes de seus países na cerimônia em que cada uma das oito nações campeãs mundiais terá um ex-jogador como símbolo.

Zidane não foi só responsável pelo vice brasileiro em 98, mas também pela eliminação na Copa de 2006, na Alemanha. Naquelas quartas de final, pintou e bordou em campo com dribles, chapéu e passes de efeito, além de cobrar a falta para Henry marcar o gol da vitória francesa.

Mas se alguém acha que isso pode ser um indício de azar para o país pentacampeão no sorteio e até na Copa do Mundo, pode se tranquilizar.

Isso porque o Brasil terá como representante dois de seus maiores campeões símbolos, Cafu e Zagallo, ex-atletas que têm historicamente funcionado como uma espécie de "embaixadores do patriotismo" brasileiro.

  • Nelson Almeida/AP

    Zagallo esteve presente na final da Copa das Confederações, contra a Espanha


O ex-lateral Cafu, bicampeão mundial como atleta, será o escolhido para representar seu país. E já descartou que os ex-jogadores ao seu lado tragam azar. "Não, eu não sou supersticioso, em hipótese alguma (eles trarão azar). Comigo não tem nada disso, mas eles são bem-vindos aqui."

Zagallo, com quatro títulos como atleta, técnico e coordenador, foi convidado e disse que deve estar presente na cerimônia. O Velho Lobo, conhecido por sua superstição e patriotismo, já avisou que não há a menor chance de os carrascos do país trazerem qualquer tipo de "zica".

"O Zidane e o Gighia podem até vir aqui, mas para aplaudir o hexacampeonato, por que não?", brincou o alagoano, que reiterou a superioridade seu país sobre os dois rivais.

"Já ganhamos várias vezes da seleção uruguaia, dentro da própria Copa do Mundo de 70, e não precisou dar troco nenhum. Já foi mostrada a nossa superioridade em relação à França em uma Copa do Mundo. Ganhamos de 5 a 2 em 1958. Nós estamos bem à frente de todos aqueles que estão disputando uma Copa do Mundo. Nós somos cinco vezes campeão do mundo, e com relação a França e Uruguai, a diferença é grande demais", continuou.

Além de Ghiggia, Zidane e Cafu, os outros representantes dos países campeões mundiais serão Lothar Matthäus, pela Alemanha, Geoff Hurst (Inglaterra), Mario Kempes (Argentina), Fabio Cannavaro (Itália) e Fernando Hierro, pela Espanha. Este último não foi campeão mundial, mas representará o futebol espanhol porque todos os 23 atletas que estiveram na conquista da Copa da África do Sul, em 2010, estão em atividade.

Além de Zagallo e Cafu, outra figura brasileira que deve estar presente é Pelé. Nesta semana, o estafe do "Rei' indicou que ele deve estar presente na Costa do Sauípe.

Uruguaios celebram gol de Ghiggia 63 anos depois do 'Maracanazo'

  • Efe

    Ghiggia, autor do gol do título de 1950, foi homenageado antes da partida entre Uruguai x Jordânia

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