Brasil sua, mas vence Chile com gol de Robinho no último jogo do ano

Gustavo Franceschini

Do UOL, em Toronto (CAN)

O que o Brasil de Neymar pode fazer quando seu principal craque não está inspirado? Nesta terça, em Toronto, no Canadá, a seleção provou que pode, ao menos, bater o Chile. Mesmo sem o brilho de seu principal jogador, o time do técnico Luiz Felipe Scolari fez sua parte e venceu o último amistoso do ano por 2 a 1, com direito a gol decisivo de Robinho na etapa final.

O placar apertado não diz exatamente como foi o jogo. Embora não tenha sido brilhante, a seleção criou várias oportunidades e pecou pela falta de eficiência. Neymar, sempre um candidato a herói, nessa noite só chegou perto do rótulo ao dar dois chapéus no goleiro em um lance isolado, mas abusou do individualismo e errou passes de forma incomum. Apesar disso, a seleção conseguiu mostrar sua força, e levou a vitória para casa com o bom jogo de coadjuvantes como David Luiz, Luiz Gustavo e Hulk, além do próprio Robinho.

Com o fim da temporada, Felipão poderá se voltar à preparação final para a Copa do Mundo, com o sorteio das chaves e as últimas definições de sua lista de convocados, que pode ser renovada com os testes mais recentes. Nesta terça, porém, o técnico priorizou a vitória às experiências.

O Chile, adversário conhecido da seleção, chegou ao Canadá com a vaga para a Copa, um empate contra a Espanha e uma vitória diante da Inglaterra na bagagem. Bater os sul-americanos, então, era uma prova de força para uma seleção brasileira que cada vez mais se coloca como favorita para o Mundial.

O problema é que Neymar e Paulinho, as duas principais armas da equipe, não estiveram em noite inspirada, especialmente o camisa 10. Atuando como meia de armação pelo centro, Neymar foi quem mais sofreu com o péssimo gramado do Rogers Centre, a arena multiuso usada pelas duas seleções em Toronto.

E o campo atrapalhou bastante as duas equipes. Multiuso, o Rogers Centre normalmente funciona como um estádio de beisebol, e recebeu sua última partida no fim de semana passado. Por isso, o tapete de grama natural teve apenas dois dias para enraizar, e esteve longe do ideal nesta terça.

Com a bola prendendo bastante, os dois times demoraram alguns minutos para se habituarem ao ritmo de jogo e à força necessária para cada passe. Nesse tempo, ambos os lados levaram alguns sustos e erraram bolas perigosas.

A primeira grande decisão do jogo, porém, teve pouco a ver com o gramado. Com mais ímpeto ofensivo, o Chile se mandou para o campo de ataque. Sem um armador de qualidade, o time não só esbarrou na boa defesa brasileira como se abriu para os contra-ataques. Em uma dessas oportunidades, David Luiz deu um lindo passe para Oscar, que se precipitou e perdeu.

A defesa do Chile tentou sair jogando rapidamente, mas mandou a bola nos pés do meia do Chelsea. Com os rivais ainda se recompondo, Oscar encontrou Hulk na entrada da área, e o atacante bateu forte, de esquerda, para abrir o marcador.

O gol aliviou um começo claudicante do ataque verde-amarelo e mostrou o caminho para o Brasil. O problema é que Neymar não fez grande apresentação. E para piorar, o Chile se acertou em campo com a entrada de Valdivia. Com o meia palmeirense, a equipe passou a segurar mais a bola, envolvendo a defesa brasileira em alguns momentos, mesmo sem criar chances claras de gol.

Felipão, nitidamente preocupado com o resultado, manteve sua força máxima em campo, colocando Robinho em campo só depois de alguns minutos do segundo tempo. O Brasil melhorou, mas não foi eficiente na hora de matar o jogo. Em pouco tempo, Hulk mandou uma na trave, Robinho perdeu diante do goleiro e o Brasil apertou no ataque.

Só que o Chile foi traiçoeiro quando pôde. Aos 25 minutos do segundo tempo, quando seu time parecia dominado, Vargas dominou na entrada da área do Brasil e bateu bonito, no canto de Júlio César, que errou o golpe de vista.

O empate lançou o Brasil ao ataque. Neymar, quando teve sua chance, deu dois chapéus no goleiro, mas foi traído pelo preciosismo e perdeu a oportunidade de fazer o segundo gol. A arma da seleção, no entanto, era Maicon, que avançava com qualidade pela direita.

Foi dele que saiu a bola do gol anulado de Neymar, que estaria impedido no último toque para as redes. Aos 33 minutos, porém, uma nova tentativa funcionou. Em um cruzamento milimétrico, Maicon encontrou Robinho livre no segundo pau, e o atacante cabeceou firme para fazer o segundo do Brasil.

A seleção agora só volta a jogar em março do ano que vem, contra a África do Sul, fora de casa. A convocação final para a Copa será divulgada na primeira semana de maio, e o Brasil ainda deve fazer dois outros jogos antes de sua estreia em casa.

BRASIL 2 X 1 CHILE

Local: Rogers Centre, Toronto (Canadá)
Horário: 23h (horário de Brasília)
Árbitro: Silviu Petrescu (CAN)
Assistentes: Joe Fletcher e Daniel Belleau (ambos do CAN)
Cartões amarelos: Paulinho e Robinho (Brasil); Medel , Beausejour e Carmona(Chile)
Gols: Hulk, aos 14 min do 1º tempo; Vargas, aos 25 min, e Robinho, aos 33 min do 2º tempo
 
BRASIL
Júlio César, Maicon, Thiago Silva (Dante), David Luiz e Maxwell; Luiz Gustavo, Paulinho (Hernanes) e Oscar (Willian); Hulk (Ramires), Jô (Robinho) e Neymar (Lucas) Técnico: Luiz Felipe Scolari
 
CHILE
Bravo, Medel, Gonzalez e Jara; Fuenzalida (Valdivia) (Matias Fernandez), Carmona, Diaz (Beausejour), Gutierrez (Muñoz) e Mena; Vargas e Alexis Sanchez.  Técnico: Jorge Sampaoli

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