Romário nega ser corneteiro, mas critica Fifa e valor de ingresso da Copa

Do UOL, em São Paulo

  • Danilo Verpa/Folhapress

    Em entrevista, Romário critica gastos com Copa de 2014 e diz que sonha em ser prefeito do Rio de Janeiro

    Em entrevista, Romário critica gastos com Copa de 2014 e diz que sonha em ser prefeito do Rio de Janeiro

"Se alguém me vê como corneteiro, eu só lamento", declarou Romário em uma entrevista que concedeu ao jornal Zero Hora.

O deputado falou abertamente sobre política, Bom Senso, Copa do Mundo e a recente alfinetada que deu em Ronaldo. "Aprendi a respeitar a opinião das pessoas, mas isso não significa que eu tenha que concordar. Eu acho que hoje, quem apoia a CBF, quem apoia a Fifa – não digo as entidades em si, mas as pessoas que fazem parte delas – é contra o Brasil."

Questionado sobre o valor gasto com o Mundial, Romário é enfático: "Com menos da metade do que se gasta hoje seria possível fazer uma excelente Copa e deixar o brasileiro feliz com um evento dessa magnitude", explica.

Para ele, 60% do montante de dinheiro destinado a infraestrutura do torneio poderia ser utilizado em melhorias de hospitais e escolas. "Infelizmente a gente sabe que aí entra o roubo do dinheiro público", enfatiza. "Foi dito pela presidente Dilma lá atrás, quando ministra, e pelo presidente da CBF da época (Ricardo Teixeira) que nem 10% do investimento da Copa seria público. Já estamos em 98%. Eu não posso compactuar com isso"

Alvo de duras críticas após declarações como esta, Romário defende que sempre desejou que o país sediasse a Copa. "Estou na mesmo torcida de todos. Mas se alguém disser que o que está acontecendo em relação à Copa do Brasil é positivo para o país, eu vou chamar de mentiroso"

O preço dos ingressos também foi alvo de crítica do ex-jogador. "O Jérôme Valcke (Secretário Geral da Fifa) prometeu que iriam ser os mais baratos da história. Na África do Sul foi R$ 40. O mais barato aqui é R$ 150. Tem coisa que não bate. Se o cara não tem palavra, não dá para confiar nada a ele", disse.

Como brasileiro e torcedor, o deputado diz que torce pela Seleção, mas confessa que não acompanha o futebol por falta de tempo. "Não sei dizer quem são os 11 titulares do Felipão. Mesmo quando eu jogava, eu nunca fui muito de assistir a jogos", lembra. "E outro motivo é que o futebol está muito ruim. Acabou a técnica. Por exemplo: o Cruzeiro vai ser o campeão. O Cruzeiro é um timaço? Na verde ele é só um time, os outros não são nem isso", completou.

Já sobre o Bom Senso, Romário elogia a iniciativa dos jogadores. "Não se pode jogar 80, 85 jogos em um ano", comenta. "O melhor seria chegarmos a um calendário com 30 dias de férias, 20 de pré-temporada e uma parada no meio do para os clubes realizarem amistosos no exterior", opina.

Quando fala sobre sua carreira política, Romário se orgulha: "A maior conquista pessoa foi ter credibilidade como parlamentar", declara. E ele revela seus planos ambiciosos para o futuro. "Minha preferência era me candidatar novamente a deputado federal. Mas, dependendo das pesquisas mais à frente, pode surgir uma candidatura a senador. Mas o meu maior sonho mesmo é ser prefeito do Rio de Janeiro em 2016", conta. 

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