Copa chega a 21 classificados e ensaia torneio com tendência jovem

Do UOL, em São Paulo

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A Copa do próximo ano no Brasil deve acompanhar uma tendência recente do futebol internacional de redução da média de idade das equipes e de seus respectivos jogadores-chave. Sete seleções se classificaram para o Mundial na última terça-feira e elevaram o número de equipes garantidas para 21, num esboço de cenário em que os protagonistas veteranos parecem estar em extinção.

As exceções ficam por conta das últimas quatro seleções que decidiram títulos mundiais, as europeias Espanha, Holanda, Itália e França (esta última, ainda não classificada), que nadam na corrente contrária, com times mais experientes.

A rodada da última terça-feira definiu os últimos quatro campeões de grupos na Europa, dois classificados na América do Sul e a terceira vaga da Concacaf, a confederação da América do Norte, Central e Caribe. A maratona de jogos ao redor do mundo também apontou as seleções que precisarão disputar a repescagem em nome do direito de viajar ao Brasil em 2014. Serão ao todo seis confrontos de "mata-mata", sendo quatro deles entre europeus e os outros dois em choques intercontinentais. 

Da lista provisória de participantes, pelo menos entre as seleções tidas como de primeiro nível, o torneio da Fifa aponta para a juventude, a começar pelo anfitrião da festa. Essa mudança confirma as previsões de renovação forçada após a aposta de Dunga em 2010 em um time essencialmente experiente, com a maior média de idade daquele Mundial, de 28,6 anos - Ramires era o mais novo do elenco, com 23.

Neymar e Oscar terão 22 anos na Copa, enquanto Paulinho acabará o torneio perto dos 26. Outros nomes importantes como David Luiz, Marcelo, Hulk e Thiago Silva também chegarão à disputa abaixo da casa dos 30. Acima deste patamar etário, somente Julio Cesar e os laterais Daniel Alves e Maicon, remanescentes do último Mundial.

Unanimidade no rol de favoritas, a Alemanha vem com um time praticamente "sub-30". Dos prováveis titulares, apenas o lateral Lahm estará com 30 anos, enquanto Schweinsteiger disputará sua terceira Copa com 29. De resto, muita juventude com Götze (21), Özil (25), Kroos (23), Reus (24) e Hummels (24), para citar alguns dos nomes importantes do time.

No quarteto ofensivo argentino de Messi, Di Maria, Aguero e Higuaín, as idades giram entre 25 e 27 anos. Outra possível cabeça de chave, a Colômbia também terá protagonistas jovens, com Falcao García (27) e James Rodríguez (22), apesar da experiência na defesa com o zagueiro Mario Yepes (37). 

De volta à Europa, Bélgica e Bósnia fecharam a primeira etapa das eliminatórias como os destaques entre as forças médias. A decantada geração belga de Hazard e Kompany, em peso na Premier League inglesa, é composta basicamente por jogadores entre 22 e 27 anos. Os principais nomes bósnios, como Dzeko e Pjanic, também estão abaixo da linha dos 30.

Uma exceção do que se esboça como tendência jovem para a Copa no Brasil é justamente a última campeã, Espanha, que preserva a base do time vencedor de 2010. Os titulares Casillas, Arbeloa, Xavi, Xabi Alonso e Iniesta jogarão o Mundial como trintões. Se conseguir se recuperar fisicamente até o torneio, Puyol pode engrossar a relação de veteranos.

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Também finalista em 2010, a Holanda chega com o fino de sua geração em estágio de amadurecimento, pois Van Persie, Robben e Sneijer terão 30 anos quando chegarem ao Brasil. Mas os atuais vice-campeões também contam com um esboço de renovação, caracterizado em novatos como o defensor Daley Blind (23).

Na Itália, os campeões mundiais Buffon (35) e Pirlo (34) são os veteranos em um time discretamente renovado, que tem como símbolo principal o atacante Mario Balotelli, de 23 anos. No entanto, o resto da base do time flutua na casa dos 30. Por fim, a França, vice de 2006, tenta a vaga na repescagem com os trintões Ribery, Abidal e Evra. 

BÓSNIA VAI À COPA PELA 1ª VEZ; ESPANHA CONFIRMA FAVORITISMO

A terça-feira de eliminatórias reservou emoções fortes na disputa de Europa, América do Sul e na região da Conmebol. Sete novos classificados se juntaram à lista de seleções garantidas na Copa.

Na Europa, a Bósnia conseguiu a histórica classificação, a primeira de sua existência futebolística, ao derrotar a Lituânia fora de casa por 1 a 0. A campeã do mundo Espanha selou o favoritismo em seu grupo ao bater a Geórgia, em casa. Por fim, Inglaterra e Rússia também confirmaram a expectativa com a vaga direta em suas chaves.

Em Santiago, Chile garantiu sua vaga na Copa após bater o Equador por 2 a1, já os equatorianos seguiram para o Mundial graças ao saldo de gols, quatro contra zero dos uruguaios. Com o 3 a 2 no clássico com a Argentina, em casa, o Uruguai terminou a disputa na quinta colocação e agora terá de enfrentar a repescagem. A seleção de Suárez e Forlán é favorita no confronto de ida e volta contra a Jordânia, atual 73ª do ranking da Fifa, em novembro.

Maior decepção das eliminatórias pelo mundo, o México escapou da eliminação graças aos EUA. Os americanos venceram o Panamá e evitaram que os mexicanos, que perderam para a Costa Rica, fossem ultrapassados pelos panamenhos. No entanto, os astecas agora estendem seu drama até a repescagem, com um embate em duas partidas contra a Nova Zelândia. Em jogo estará um dos maiores retrospectos de Mundiais, com as 14 participações dos mexicanos (quinta seleção com mais aparições no torneio da Fifa).

Por fim, a África define seus cinco representantes na Copa em 15 de novembro, no desfecho dos playoffs de "mata-mata". Após os jogos de ida, Nigéria, Gana e Costa do Marfim ficaram muito próximas da classificação. Tunísia x Camarões e Burkina Fasso x Argélia fazem duelos mais equilibrados. 

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