Seleção infla preços, mas quebra escrita de estádio coreano

Fernando Duarte

De Seul (Coreia do Sul)

Não há outdoors, e mesmo os canais de TV a cabo especializados em esporte dedicam muito mais interesse ao beisebol americano. Mas apesar da falta de uma publicidade mais aparente, a Federação Sul-Coreana de futebol anunciou nesta quarta-feira que os mais de 68 mil ingressos postos a venda para o amistoso de sábado com o Brasil foram todos vendidos.

Se não parece notícia fora do comum em se tratando da "marca Brasil", o fato é que os coreanos têm sofrido para atrair público mesmo para os jogos de sua seleção. A última vez em que o World Cup Stadium lotou foi em 2007, numa partida contra a Holanda.

O sucesso no Mundial de 2002, quando ficou em quarto lugar não se converteu num legado muito forte de popularidade para o futebol na Coreia. A mais recente temporada da K-League teve média de apenas 7.326 espectadores, uma queda de 35% em relação a 2011.

As vendas para o amistoso de sábado foram um sucesso apesar de a vinda da seleção ter provocado inflação no preço dos ingressos. Nos últimos 11 anos, um teto de 75 mil wons (cerca de US$ 70) vinha sendo cobrado para as partidas coreanas. Para o jogo do Brasil, o pé direito ficou mais alto (US$ 180).

Segundo a Federação Sul-Coreana, o aumento foi necessário para repassar o que os dirigentes  afirmam ser um cachê recorde pago a uma equipe visitante. A imprensa do país especula que o valor teria ultrapassado com folga a cota 'premium' de US$ 1 milhão paga a adversários.

"Tivemos que pagar caro para ter o Brasil, mas isso também significa que nossos torcedores poderão ver estrelas como Neymar em ação", afirmou um porta-voz da federação, Cho-Jun-Heon.

Os tempos são bem diferentes de quando Pelé veio a Seul para um excursão com o Santos, em 1971: o ingresso mais caro então custou menos de US$ 1.

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