Após ter anunciado nesta quinta-feira a convocação da seleção brasileira para os jogos amistosos contra Zâmbia e Coreia do Sul, o técnico Luiz Felipe Scolari repetiu algumas vezes que "não fala sobre atletas que não foram chamados". No entanto, um nome que não apareceu na lista fez o comandante criticar duramente uma brecha no regulamento da Fifa.

Nesta semana, o jornal espanhol "El País" publicou que a RFEF (Federação Espanhola de Futebol) vai iniciar trâmites burocráticos para naturalizar o atacante Diego Costa, do Atlético de Madri. Nascido em Lagarto-SE, o jogador já foi convocado para a seleção brasileira de Luiz Felipe Scolari. Começou na reserva, mas entrou nos amistosos contra Itália e Rússia em março deste ano.

Diego Costa nunca atuou profissionalmente no Brasil. Ele tem cidadania espanhola desde junho deste ano, e a possibilidade de naturalização existe porque o atacante nunca defendeu a seleção natal em competições oficiais.

"Minha opinião sobre esse aspecto de naturalizar jogador é que a Fifa está voltando a regras das décadas de 1930, 1940 ou 1950, quando o Mazzola jogou pelo Brasil e pela Itália. Isso também aconteceu com outros jogadores, como Di Stéfano, Preguinho e Puskás", citou Scolari.

"Eu acho estranho porque daqui a um ano, dois anos ou cinco anos, provavelmente um país vai contratar 20 jogadores e montar uma seleção. Porque o cara pode jogar um, dois ou cem amistosos por uma seleção, mas fazer a 101ª partida por outro país em uma competição oficial. A Fifa reconhece isso, mas eu acho estranho", completou o técnico da seleção brasileira.

A brecha que possibilita a naturalização de Diego Costa é que a Fifa reconhece apenas a participação de jogadores em competições oficiais. Como ele disputou apenas amistosos pelo Brasil, o atacante ainda é elegível para a Espanha.

"Eu não tenho como discutir com a Fifa. Se só o que vale é competição oficial, as coisas são um pouco diferentes do que eu imaginava que podia acontecer. Acho estranho, mas se a Fifa estudou e acha melhor assim, vamos seguir", finalizou Scolari.

Nesta quinta-feira, outro jornal espanhol abordou a possibilidade de convocação de um jogador brasileiro. De acordo com o "AS", a RFEF também discute a naturalização do atacante Léo Baptistão, que defende o Atlético de Madri e seria chamado para a seleção espanhola sub-21.

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