De olho no cofre

Prejuízo do DF com abertura da Copa das Confederações sobe R$ 15 milhões

Aiuri Rebello

Do UOL, em Brasília

  • Jefferson Bernardes/VIPCOMM

    Abertura da Copa das Confederações no Mané Garrincha, em Brasília: déficit de quase R$ 35 milhões

    Abertura da Copa das Confederações no Mané Garrincha, em Brasília: déficit de quase R$ 35 milhões

O valor da conta da abertura da Copa das Confederações em Brasília, com a vitória do Brasil sobre o Japão por 3 a 0 no dia 15 de junho, não para de crescer. Além dos R$ 34 milhões já gastos pelo governo do Distrito Federal com as estruturas temporárias da Fifa no estádio Mané Garrincha, apareceu uma "sobra" na forma de um aditivo de R$ 14,7 milhões no custo destas estruturas.

A capital federal já havia acumulado um prejuízo de R$ 19,8 milhões com o evento, conforme revelou o UOL Esporte em junho. Agora, com a conta das estruturas temporárias em R$ 48,7 milhões, esse déficit chega a R$ 34,5 milhões. Além das estruturas provisórias exigidas pela Fifa para a realização da Copa das Confederações e a Copa do Mundo do ano que vem, o governo do DF investiu R$ 5 milhões com os shows e a transmissão da partida ao vivo na Esplanada dos Ministérios, e outros R$ 2,8 milhões em camarotes e pelo menos mil ingressos VIP para a estreia. Um total de R$ 56,5 milhões.

Como Brasília recebeu apenas a partida de abertura da competição, todo este dinheiro foi gasto em um único jogo. Para piorar, de acordo estudo da Embratur (Instituto Brasileiro de Turismo) divulgado pela Secretaria de Turismo do DF, a abertura do mundial de futebol injetou na economia da capital federal cerca de R$ 22 milhões com a "movimentação da rede produtiva", a maior parte na rede hoteleira. Menos da metade do que custou o evento todo. Esta conta não está no R$ 1,7 bilhão de custo do Mané Garrincha, o mais caro entre todos os 12 estádios nas cidades-sede que receberão a Copa do ano que vem.

"O balanço foi muito positivo", afirmou logo após a Copa das Confederações o secretário de Turismo do Distrito Federal, Luis Otávio Neves. "Fizemos uma abertura bonita e os visitantes saíram encantados com a cidade. As consequências não são somente pontuais, como este aumento de demanda no fim de semana, mas gradativas. O turista vem, gosta e volta, além de trazer novas pessoas para conhecer o destino", disse.

A maioria das estruturas temporárias montadas apenas para o jogo de abertura, como áreas e serviços especiais para a imprensa que trabalhou na cobertura do evento, serão desmontadas e terão de ser refeitas ou recolocadas em 2014.

'Legado'

Apesar disso a Secopa-DF (Secretaria Extraordinária da Copa do Distrito Federal), através de sua assessoria de imprensa, diz que o aditivo de R$ 14,7 milhões das estruturas temporárias será parte do "legado" a ser aproveitado para o Mundial do ano que vem. O valor "se refere aos serviços já prestados pela organização", e inclui gastos com "utilitários e mobiliário que ficaram para a cidade, como o cercamento do estádio, os postos médicos, mobiliário do auditório, projetos de acessibilidade e de manejo de resíduos sólidos, entre outros itens, usados nos eventos FIFA de 2013 e de 2014", diz a nota enviada ao UOL Esporte.

De acordo com o governo do DF, esta parte das estruturas temporárias serão utilizadas depois da Copa no Mané Garrincha. O contrato é firmado com o Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento).

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