Maracanã S/A acata mudanças na concessão e quer manter controle do estádio
Vinicius Konchinski*
Do UOL, no Rio de Janeiro
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Bruno Freitas/UOL
A concessionária decidiu por ficar com o estádio mesmo após as mudanças
No que depender de sua concessionária, o Maracanã permanecerá mesmo sob gestão privada. Nesta segunda-feira, após o governador Sérgio Cabral anunciar mais uma mudança no projeto de concessão do complexo esportivo, a Maracanã S/A informou que pretende permanecer no controle do espaço e vai encontrar formas de viabilizar sua concessão.
"A concessionária reitera que permanece à frente da concessão do Maracanã e que vai encontrar uma alternativa à sua viabilização e continuidade após a resolução do Governo de manter tanto a escola, como o Estádio de Atletismo Célio de Barros e o Parque Aquático Júlio Delamare", informou a empresa, em comunicado oficial.
A afirmação muda o discurso da concessionária, que informou na semana passada que ainda iria avaliar a viabilidade econômica da concessão para se pronunciar. O governador Sérgio Cabral deu, inclusive, 20 dias para que a Maracanã S/A tomasse uma decisão sobre sua permanência no estádio. Nesta tarde, porém, o grupo disse que sua decisão está tomada: a Complexo Maracanã Entretenimento S/A quer ficar.
Segundo a empresa, o prazo dado pelo governo será usado para equacionar o modelo de negócio do complexo do Maracanã com sua configuração atual, já que não haverá mais demolições. No plano original, o governo permitia a derrubada do Parque Aquático Julio Delamare, do Estádio de Atletismo Célio de Barros e da Escola Municipal Friedenreich para construção de lojas, estacionamentos, restaurantes e outros espaços, os quais seriam fonte de receita para a concessionária.
Desde a semana passada, entretanto, o governador Sérgio Cabral vem anunciando mudança nesse projeto. Na segunda-feira passada, ele decidiu que o Julio Delamare não seria mais demolido. Na sexta, a demolição do Célio de Barros foi cancelada. Nesta tarde, Cabral garantiu a permanência da escola no Maracanã.
Ao anunciar o cancelamento da demolição do Célio de Barros, Cabral colocou o futuro da concessão do Maracanã "em suspenso". Para ele, além da viabilidade econômico do projeto, era preciso saber se as mudanças na privatização não criariam um problema jurídico. Em entrevista coletiva, o governador afirmou que as alterações no projeto licitado pelo governo poderiam tornar a concorrência pelo controle do Maracanã inválida. "Não é só a questão econômica-financeira. Temos que ver a questão jurídica", disse o governador.
Ele, contudo, informou também que isso só seria avaliado após a Maracanã S/A definir se quer ou não ficar no complexo, e o que teria que ser feito para que isso ocorra. Nesta segunda, o governo do Rio não se pronunciou sobre a nota da concessionária já que ainda não recebeu uma resposta oficial da empresa.
*Atualizada às 21h25