Cabral cede de novo e avisa que escola do Maracanã não será demolida

Do UOL, no Rio de Janeiro

  • Vinicius Konchinski/UOL

    Escola Municipal Friedenreich é sétima melhor do Estado, mas daria lugar a quadras para Olimpíada

    Escola Municipal Friedenreich é sétima melhor do Estado, mas daria lugar a quadras para Olimpíada

O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, anunciou nesta segunda-feira a terceira mudança no plano de privatização do Maracanã. Via twitter, ele informou que a Escola Municipal Friedenreich não será mais demolida. "A Escola Municipal Friedenreich no Complexo do Maracanã não será demolida. Permanece onde está", publicou Cabral.

A derrubada da escola era uma das obras que haviam sido consideradas obrigatórias no edital de licitação do Maracanã. A concessionária que ganhou o direito de gerir o complexo esportivo deveria construir no local da instituição de ensino uma quadra que seria usada para aquecimento de atletas que disputam jogos no ginásio do Maracanãzinho. A quadra de aquecimento é uma exigência, inclusive, para a utilização do espaço na Olimpíada de 2016.

A Escola Municipal Friedenreich, que entre estádio e o ginásio do Maracanã. Ela foi considerada a sétima melhor instituição pública de ensino para alunos de 1ª a 5ª séries do Estado do Rio de Janeiro no ano passado.

Na semana passada, Cabral já havia informado que o Parque Aquático Julio Delamare e o Estádio de Atletismo Célio de Barros também permanecerão na área do Maracanã. Os dois espaços também seriam demolidos por conta da privatização.

Depois de anunciar a manutenção do Julio Delamare e do Célio de Barros, Cabral diz que o futuro do contrato de concessão do Maracanã estava "em suspenso". Devido às mudanças anunciadas pelo governo, a concessionária Maracanã S/A terá 20 dias para avaliar se ainda pretende permanecer administrando o complexo esportivo. Caso a empresa desista, o Maracanã volta ao controle do governo do Estado.

O Célio de Barros e o Julio Delamare dariam espaço a lojas, museus e outras estruturas que seriam construídas pela Maracanã S/A. A concessionária exploraria os novos espaços e ganharia dinheiro com eles. Sem as demolições, não há garantia de que o Maracanã é rentável.

"Nós temos que voltar ao nosso plano de negócio . Vamos verificar para ver se é possível, somente com as receitas do estádio, mostrar resultados que prevíamos", afirmou o presidente da Maracanã S/A, João Borba, após ser informado por Cabral do cancelamento das demolições. "Os acionistas é que vão decidir. Não tenho a menor ideia do que vai acontecer."

Após Cabral anunciar o cancelamento da demolição da escola, a Maracanã S/A emitiu uma nota. Informou que vai respeitar a decisão do governo. Leia a íntegra:

"A concessionária Complexo Maracanã Entretenimento S.A. vai respeitar a decisão do Governo do Estado do Rio de Janeiro, poder concedente, de manter a Escola Municipal Friedenreich no terreno da Avenida Maracanã, onde ela funciona atualmente. A concessionária reitera que permanece à frente da concessão do Maracanã e que vai encontrar uma alternativa à sua viabilização e continuidade após a resolução do Governo de manter tanto a escola, como o Estádio de Atletismo Célio de Barros e o Parque Aquático Júlio Delamare.

O objetivo do Complexo Maracanã de Entretenimento S.A. é oferecer um espaço de qualidade para entretenimento, esporte, lazer e convivência, que já tem média de público acima de 33 mil pessoas e comprovado convívio entre torcedores tradicionais e famílias com conforto e segurança."

*Atualizada às 19h20

 

CONHEÇA A HISTÓRIA DA ESCOLA FRIEDENREICH

  • Vinicius Konchinski/UOL

    O projeto de privatização do Maracanã prevê a demolição de uma das melhores escolas do Rio de Janeiro. A Escola Municipal Friedenreich, que fica ao lado do estádio, foi considerada a sétima melhor instituição pública de ensino para alunos de 1ª a 5ª séries do Estado. Porém, por causa da concessão do complexo esportivo do Maracanã, deve ser posta abaixo. A demolição consta na lista de obras que terão de ser feitas pelo futuro administrador do Maracanã para tornar o estádio e seus anexos um "grande centro de entretenimento", conforme plano do governo do Rio.

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