No reencontro com Felipão, Brasil dá sinal de vida e se torna favorito no seu Mundial

Paulo Passos

Do UOL, no Rio de Janeiro

  • AFP PHOTO / VANDERLEI ALMEIDA

    Felipão orienta seleção na final, vencida por 3 a 0, contra a Espanha no Maracanã

    Felipão orienta seleção na final, vencida por 3 a 0, contra a Espanha no Maracanã

Com uma vitória em casa sobre a seleção mais badalada do momento e afastando um fantasma do Maracanã por 3 a 0, o Brasil ganhou mais que a Copa das Confederações. Com o título deste domingo, a seleção voltou a se ver e a ser de fato uma das favoritas para a Copa do Mundo de 2014, que jogará em casa.

A conquista diante dos espanhóis marca uma reversão de expectativa. Há pouco mais de seis meses, Luiz Felipe Scolari assumiu a seleção, sob desconfiança nele e no time.

O último trabalho do técnico era a passagem conturbada pelo Palmeiras, que caiu para a segunda divisão após sua saída. Já o Brasil sofria com idas e vindas de tentativas frustradas de renovação e apostas em jogadores experientes com Mano Menezes.

Com pouco mais vinte sessões de treinamentos e dez jogos, Felipão armou uma equipe, definiu titulares e criou um bom ambiente na seleção. Entre tantos acertos para a sua conta, um deles é a "gestão" do astro Neymar.

Scolari cobrou um craque mais operário, marcando mais a saída de bola dos adversários. Ao mesmo tempo, o defendeu em público sempre. "Ele é craque", repetiu como um mantra em quase todas as perguntas que eram feitas sobre o atacante. O retorno veio em campo com gols decisivos.

Ter Felipão como "escudo" não foi uma exclusividade do camisa 10. O técnico repetiu uma linha semelhante à adotada na Copa de 2002. Defendeu jogadores, fez discursos nacionalistas e chamou a torcida para perto da seleção.

A cada vitória na Copa das Confederações, o apoio do público ganhava tanto ou mais destaque que os avanços da equipe dentro de campo. "Está lindo, muito bonito. É assim que tem que ser", repetiu mais de uma vez sobre o Hino Nacional cantado pelo público além da versão permitida pela Fifa (Federação Internacional de Futebol).  

Time e entrosamento na marra

A campanha na Copa das Confederações foi a primeira oportunidade de Felipão comandar uma sequencia maior treinamentos com os jogadores da seleção brasileira. Foram 23, em pouco mais de uma mês de preparação e torneio. Tempo para o técnico definir um time, que deverá ser a base da seleção da Copa de 2014.

Para aproveitar ao máximo o tempo com os jogadores, a comissão técnica deu trabalho para trabalhos técnicos e táticos. Além disso, Felipão apostou num time titular desde o início da preparação para a Copa das Confederações.

"Só mudo o time por questões médicas", foi uma das frases repetida pelo técnico antes dos quatro jogos na Copa das Confederações.  E assim foi até a final.

 

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