Rifados na era Mano, Fred e Júlio César renascem no Brasil de Felipão

Paulo Passos

Do UOL, no Rio de Janeiro

  • REUTERS/Washington Alves

     Luiz Felipe Scolari parabeniza Fred, autor de um dos gols da vitória brasileira sobre o Uruguai

    Luiz Felipe Scolari parabeniza Fred, autor de um dos gols da vitória brasileira sobre o Uruguai

Dois dos jogadores mais experientes da seleção brasileira e decisivos na Copa das Confederações, Júlio César e Fred foram felizardos com a troca no comando do time, no final do ano passado. Chamados e depois rifados da equipe na era Mano Menezes, ganharam sobrevida com Luiz Felipe Scolari.

O camisa 9 acumula gols  e elogios com o novo chefe. Já o goleiro Júlio César virou titular absoluto e salvou o Brasil na semifinal contra o Uruguai.

Em pouco mais de seis meses à frente da seleção, Felipão já escalou Fred como titular em oito partidas. Mais que o dobro de chances que o atacante do Fluminense teve começando jogos com Mano Menezes – três em dois anos e meio. Na antiga gestão, ele fez três gols. Agora, já acumula sete.

"Ouvimos de alguns especialistas que sou cabeça dura. Realmente sou, porque acredito nos jogadores que convoco. Fred tem me dado tudo aquilo que preciso de um centroavante", afirmou Scolari, após o atacante marcar dois gols contra a Itália, em Salvador.

A relação com Felipão é bem diferente da que Fred tinha com Mano Menezes. Quando o atual comandante do Flamengo ainda era técnico da seleção, o atacante chegou a afirmar que nunca mais seria chamado para a seleção. "Ele não gosta do meu trabalho", justificou em agosto de 2012.

Três meses depois, porém, o atacante foi convocado para a decisão do Superclássico das Américas. Ironicamente, ele foi o autor do último gol da era Mano, na derrota no tempo normal, por 2 a 1, para os argentinos.
Nos pênaltis, o Brasil venceu, mas Mano foi demitido dois dias depois.

À parte de qualquer problema pessoal que havia entre o jogador e técnico, Fred estava fora dos planos de Mano, também, por uma decisão tática. Após dois anos de testes na seleção, o ex-comandante tinha a certeza que a equipe renderia melhor sem um centroavante. Ele, aliás, sempre negou problemas pessoais com o jogador.

"Deixei claro publicamente que não me dava bem com ele (Mano)", disse Fred, já no período de preparação para a Copa das Confederações. "Mas nunca teve nenhum tipo de sacanagem. Tentei me afastar das polêmicas, mas havia um problema. Ele não gostava de jogar com centroavante. Aliás, alguns de vocês (jornalistas) também não", completou o jogador.

  • Júlio César defendeu pênalti contra o Uruguai

Felipão, sim, sempre deixou claro gosta de jogar com um camisa 9. Após o primeiro amistoso, a derrota para a Inglaterra, em fevereiro, teve certeza que o nome dele era Fred.

Aposta de Parreira
Júlio César voltou à seleção após um ano na berlinda, na estreia de Scolari, em fevereiro. A escolha do goleiro foi uma aposta do coordenador técnico Carlos Alberto Parreira. Sem outro goleiro brasileiro despontando, Felipão aceitou a sugestão do colega.

"Depois da Copa de 2010, o outro estafe técnico teve dificuldade para montar uma seleção. Com a mudança no estafe técnico, agora fizeram um excelente trabalho. Os jogadores estão fazendo tudo o que a comissão técnica quer", disse o goleiro, titular em nove jogos da nova era Scolari.

Com Mano Menezes, Júlio César jogou por cerca de um ano na seleção. Foram 11 jogos, incluindo a Copa América de 2011. Após a vitória do Brasil sobre a Bósnia, por 2 a 1, em 2012, quando falhou no gol sofrido, deixou de ser chamado.
 

Júlio César, goleiro brasileiro
Júlio César, goleiro brasileiro

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