Duplas Xavi/Iniesta e Pirlo/De Rossi opõem paciência e ousadia ao empurrar times
Bruno Freitas e José Ricardo Leite
Do UOL, em Fortaleza (CE)
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Julio Cesar Guimaraes/UOL
Iniesta controla bola com o ombro durante treino da seleção da Espanha em Fortaleza
É comum entre os grandes times dos últimos anos ver nas posições de transição entre ataque e defesa um dos pilares da conquista de títulos e estabilidade em campo. As duplas de volante passaram a ganhar importância muito maior e serem menos ofuscadas em relação aos meias e atacantes
O Corinthians, clube atual campeão mundial, é um exemplo ao ver a dupla Ralf e Paulinho como termômetro da equipe.
A importância dessas peças se expande para as seleções nacionais. A Espanha campeã mundial em 2010 e bicampeã da Europa usa com louvor a dupla que também é multicampeã no Barcelona; Xavi e Iniesta.
E no jogo desta quinta-feira, às 16h, contra a Itália, no Castelão, farão um duelo contra um par de muito respeito: Pirlo e De Rossi, campeões mundiais em 2006, na Alemanha, com a Azzurra comandada por Marcello Lippi.
Ambas as duplas têm carregado suas equipes até agora para chegar às semifinais da Copa das Confederações, mas cada uma à sua maneira. Os espanhóis com paciência e usando mais os companheiros até arriscarem uma jogada mais objetiva com segurança. Os italianos mais agudos e até participativos nos lances de perigo do time.
A importância e confiança das equipes nas duplas pode ser vista pelos números do Datafolha da primeira fase do torneio. Xavi, Iniesta, Pirlo e De Rossi são os que mais recebem bolas em seus times. Xavi é o jogador mais acionado de todo o torneio, com incrível média de 65 bolas recebidas por jogo.
O companheiro de Barcelona Iniesta vem com 55,7, na quarta colocação. De Rossi e Pirlo estão, respectivamente, na 8ª a 14ª posição no torneio, com 42,5 e 41,5.
Enquanto a dupla espanhola usa as outras peças do time para toques curtos e laterais, a tetracampeã mundial é mais agressiva e procurar resolver as coisas de uma maneira mais rápida.
Xavi e Iniesta têm um índice de erros de passe menor do que o de Pirlo, o melhor da Itália no quesito. Os baixinhos de Barcelona acertam 94,2% e 92,7%, respecrivamente. O meia da Juventus tem precisão de 90,4%. Mas porque arrisca mais.
Pirlo é o quarto atleta que mais finalizou na primeira fase, com uma média de quatro arremates ao gol por jogo. Nem a dupla espanhola e De Rossi aparecem entre os 20 que mais chutaram.
Além disso, é o líder do torneio em lançamentos longos e diretos na busca de um companheiro, com média de 2,5 por jogo. De Rossi é o sétimo, ao tentar um por jogo. Iniesta é o 13º, com 0,7, enquanto Xavi nem aparece entre os 20.
Mas a dupla espanhola, mais rápida e um pouco mais hábil, tem mais velocidade e capacidade de se desvincular da marcação. Isso é observado pelo técnico da seleção da Itália, Cesare Prandelli, que rasgou seda a Xavi e Iniesta.
"Para quem ama o futebol da maneira como eu, fico maravilhado quando os vejo jogar. Eles já mostraram que podem sair de qualquer marcação. São fenômenos".
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