Apesar do clubismo, Felipão agradece o apoio da torcida no Mineirão

Mauricio Stycer

Do UOL, em Belo Horizonte

O técnico Luiz Felipe Scolari havia pedido o apoio da torcida mineira independentemente das preferências clubísticas, mas não foi isso o que aconteceu no Mineirão, na primeira semifinal da Copa das Confederações. Os torcedores apoiaram especialmente os jogadores do Atlético-MG e Fred, ex-Cruzeiro.

Ainda assim, ao final da partida, o técnico reuniu todo o elenco, que já começava a deixar o gramado, e pediu que, de mãos dadas, agradecessem ao público. O gesto mereceu aplausos de quem ainda estava no estádio.

"Nós não jogamos bem e sabemos disso. Mas foram eles que carregaram o time e é bom saber que nós somos bem recebidos em Belo Horizonte. Hoje, os jogadores fizeram isso para a torcida, que foi fundamental e nos levou a superar as dificuldades", disse Felipão, minimizando o apoio especial direcionado aos jogadores dos clubes locais.

Felipão ainda falou que o duelo desta quarta foi um dos mais emocionantes nos últimos anos da sua carreira.

"Olha, foi talvez o jogo mais emocionante nos últimos dez anos, talvez desde a Copa (final da Copa do Mundo de 2002 contra a Alemanha). Lembro também de um jogo do Palmeiras (contra o Coritiba, na final da Copa do Brasil de 2012)", afirmou o treinador.

O técnico da seleção também ressaltou a importância de um jogo como este contra o Uruguai, um time que marcou muito forte e tirou os espaços dos jogadores, para o crescimento do time.

"Penso que foi importante notar que ainda temos muito a aprender no sentido de jogar com mais tranquilidade. Somos novos ainda e temos dificuldade quando o jogo é um pouco diferente. Temos que amadurecer e melhorar ainda", analisou.

Antes mesmo de a partida começar, o clubismo se manifestou no Mineirão. A torcida aplaudiu com entusiasmo apenas um nome do time titular anunciado pelos microfones: o de Fred, ex-Cruzeiro. Neymar ganhou alguns aplausos e nada mais. Já os reservas Rever, Bernard e Jô, ao terem seus nomes anunciados, levaram o estádio ao delírio.

Há quatro dias, depois da partida contra a Itália, Jô imaginou o seu nome seria ovacionado,  e pediu: "Vou ficar muito feliz se isso acontecer. É um carinho grande que eles têm comigo, não é nada contra o Fred".

Preocupado, Felipão havia solicitado que preferências clubísticas fossem deixadas de lado pelos torcedores: "Espero da torcida brasileira que entenda que esses jogadores não estão aqui pelos clubes, mas pela nossa seleção. Não dá para torcer mais pelo jogador 'A' que defende o time 'A'. Senão vamos montar torcidas organizadas de cada time".

Ainda no primeiro tempo, a torcida pediu Lucas e Bernard no time. Depois do gol do Uruguai, no início do segundo tempo, o nome de Jô começou a ser gritado. Quando Bernard apareceu próximo ao campo, o Mineirão tremeu: "Olê, olê, Bernard!!!". Mas parte do público vaiou a substituição.

O Mineirão viu algumas brigas entre torcedores, nas cadeiras e nos bares. Uma das brigas, presenciadas pelo UOL, ocorreu depois que um torcedor acusou outro de furar a fila para comprar cerveja. A polícia separou.

 
 

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