Técnico da Itália se incomoda com recorde de gols levados e diz que quatro não valeram
José Ricardo Leite
Do UOL, em Fortaleza (CE)
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AP Photo/Antonio Calanni
Sentados no gramado, jogadores italianos prestam atenção nas orientações de Prandelli
A força da defesa sempre foi uma característica marcante da seleção italiana de futebol, que teve nomes memoráveis no setor, como Baresi, Maldini, Nesta e Cannavaro, o único zagueiro da história a ganhar um prêmio de melhor jogador do mundo pela Fifa.
Na conquista de sua última Copa do Mundo, em 2006, a Azzurra sofreu apenas dois gols nos sete jogos que fez até a caminhada para o tetracampeonato. E um deles ainda foi de penalidade.
Mas a realidade é completamente diferente do que a seleção vê na disputa da Copa das Confederações. Até agora, o time do técnico Cesare Prandelli levou oito gols na primeira fase, recorde negativo na história da equipe em competições internacionais com três jogos na primeira fase.
A preocupação com o setor defensivo ganha ainda mais força pelo fato de o próximo adversário ser nada mais nada menos do que a bicampeã europeia e campeã mundial Espanha. E no último confronto entre os dois países, deu goleada por 4 a 0 do time vermelho.
O tema, no entanto, aborrece o comandante do time italiano. Sempre que questionado, desde a equipe levar três gols contra o Japão, demonstra desconforto. Nesta segunda-feira, foi mais ácido ao reclamar que não considera metade dos tentos levados.
"Boa pergunta. Foram oito gols e quatro deles irregulares. Levamos oito gols, mas fizemos oito gols, sendo que quatro irregulares. Estamos na semifinal, entre os quatro melhores e em uma posição privilegiada", falou Prandelli em entrevista coletiva.
Prandelli questiona dois gols sofridos contra o Japão e dois contra o Brasil. Em todos eles reclama que as faltas que originaram os gols (um deles em pênalti, contra o Japão) não foram.
Os critérios de arbitragem durante a Copa das Confederações já haviam sido questionados por jogadores italianos. No sábado, após a derrota por 4 a 2 para o Brasil, o lateral Maggio disse que muitas das faltas sobre Neymar não seriam marcadas na Europa.