Belo Horizonte recebe a seleção brasileira neste domingo assustada e com um rastro de destruição, resultado dos violentos protestos na cidade nos últimos dias.  O mau cheiro toma conta de algumas ruas da região central nas quais manifestantes queimaram lixo no último sábado.

Também no centro, há vários vidros de propriedades particulares quebrados. O Shopping Cidade é um dos edifícios que exibem as marcas de violência. Na entrada, uma porta de vidro foi danificada. Seguranças estão de plantão na portaria. Na Praça Sete, ponto de encontro preferido dos manifestantes, postes de luz foram danificados e vitrines estilhaçadas por pedras.

"Como vamos limpar todo esse vidro que está aí?", disse um gari entre os milhares que tentavam limpar a região central na manhã deste domingo. "Não dá para colocar tanto vidro em sacos plásticos. Precisamos de caixas de papelão. Manifestação assim não é bacana não! Sobra para nós, trabalhadores."

 Há o temor na cidade de que os atos de vandalismo aumentem com a presença da seleção, que joga quarta no Mineirão, pelas semifinais da Copa das Confederações. A partida coloca a capital mineira sob os holofotes.

Nem instalações  da Polícia Militar escaparam da selvageria. Guaritas tiveram os seus vidros quebrados. Ao menos uma delas, no centro, foi pichada com a inscrição: "f... a Copa".

"Não dá para não dizer que não estamos preocupados. O jogo da seleção brasileira será de risco", disse um tenente da Polícia Militar de Minas Gerais que fazia o patrulhamento da região central na tarde deste domingo. "Não lembro de manifestações tão pesadas como essas da última semana."

Grades de proteção  instaladas em movimentadas ruas e avenidas foram arrancadas durante os protestos e permaneciam jogadas no chão no início desta tarde.

O cenário de destruição contrasta com o contrato assinado pelas cidades que recebem as partidas. O documento prevê que as autoridades locais se esforcem para que cada município esteja o mais bonito possível durante a competição.