Fifa e seguranças do Mineirão não se entendem e manifestante fica ilhado em posto policial

Vinicius Mesquita

Do UOL, em Belo Horizonte

  • Vinicius Mesquita/UOL

    Genderson Lisboa disse que a falta de organização do jogo "é um absurdo"

    Genderson Lisboa disse que a falta de organização do jogo "é um absurdo"

Genderson Lisboa ganhou da filha de 15 anos uma camiseta surrada e escrita a mão para manifestar contra a aprovação da PEC 37. A intenção da filha era que o pai fosse ao jogo entre México e Japão, no Mineirão, neste sábado, com a blusa para participar pacificamente das atuais protestos que proliferam pelo país. Genderson só não imaginava, porém, que sofreria mais de uma hora nas mãos de representantes da Fifa e seguranças do estádio para chegar ao seu assento.

 

O torcedor, acompanhado pelo filho de 12 anos, foi barrado assim que tentou chegar às arquibancadas. Sem acesso, Genderson foi encaminhado por um segurança até o Complexo de Defesa Social e Justiça Criminal instalado no andar térreo do estádio. Minutos depois, a própria Fifa deu autorização para que o torcedor assistisse ao jogo com a camiseta. Porém, ao tentar novamente entrar nas arquibancadas, Genderson foi barrado mais uma vez.

 

"É incrível. Lá no posto policial dizem que a Fifa autoriza a minha entrada. Volto até aqui e mais uma vez sou barrado. Queria apenas entrar no estádio e ver o jogo com meu filho de 12 anos. Qual o problema dessa camisa", desabafa Genderson.

 

Após mais de uma hora de espera por uma solução, Genderson resolveu retirar a camisa e colocar outra que carregava em sua mochila. "Tenho que fazer isso. Meu filho de 12 anos, coitado, está nervoso. E ele tem razão. Mas é um absurdo a falta de organização deste jogo", diz Genderson.

 

Fora do estádio, outros três torcedores não conseguiram passar pela fiscalização das catracas. Munidos com cartazes, Saulo Vinicius, Daniel Estavão e Geraldo Magela, venceram a primeira barreira, nas imediações do estádio, mas foram proibidos de entrar no Mineirão.

 

"Isso está errado. Essas manobras da Fifa vai contra a Constituição. Você pode observar que no guia de ingressos que recebemos ao comprar o bilhete fica claro que está liberada a entrada de pequenos cartazes. O que eu estou fazendo de errado?", lamenta Saulo.

 

Os cartazes do trio de manifestantes dizia: "Quero o direito de manifestar livre e pacificamente" e "não ao ato médico".

 

Para vencer a revista, o trio resolveu dobrar os cartazes até deixá-los minúsculos e colocá-los dentro da cueca. "Olha só o que a gente tem que fazer. Registra isso. Estamos dobrando um simples cartaz para entrar no estádio", disse o torcedor.

 

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