Destino histórico de brasileiros, Itália vira desconhecida para a seleção

Gustavo Franceschini

Do UOL, em Salvador

  • Jefferson Bernardes/VIPCOMM

    Exceção feita a Julio Cesar, Thiago Silva e Hernanes, jogadores brasileiros não conhecem a seleção italiana

    Exceção feita a Julio Cesar, Thiago Silva e Hernanes, jogadores brasileiros não conhecem a seleção italiana

Principal casa dos brasileiros quando o êxodo para a Europa virou realidade nos anos 1980, a Itália é praticamente uma desconhecida para a seleção, que enfrentam Buffon, Balotelli e companhia no próximo sábado, em Salvador. Depois de anos abrigando a base verde-amarela, os clubes italianos hoje só emplacam um jogador na convocação de Luiz Felipe Scolari, contrariando a ligação histórica entre os dois países.

A exceção do time que disputa a Copa das Confederações hoje é o volante Hernanes, estrela da Lazio. Há três anos, na Copa do Mundo de 2010, eram oito "italianos" no time de Dunga que caiu nas quartas da competição na África do Sul.

Historicamente, a Itália é fundamental para o processo de emigração dos jogadores brasileiros. Foi quando o país da Bota afrouxou suas exigências para estrangeiros, nos anos 1980, que o futebol verde-amarelo passou a fornecer jogadores para o Velho Continente. Batista, Falcão, Toninho Cerezo, Zico, Sócrates e Júnior são exemplos daquela geração que foram se arriscar nos times do país.

A ligação dos dois países também ajudava. Não por acaso, o primeiro brasileiro a vencer a Copa do Mundo o fez atuando pela Itália. Anfilogino Guarisi, o Filó, ganhou a Copa do Mundo de 1934 atuando pelo time europeu.

Justamente pela abertura aos estrangeiros, a Itália tornou-se um pólo de qualidade no cenário internacional. Entre o meio da década de 1980 e o início dos anos 1990, Juventus, Inter de Milão, Milan e companhia concentravam os maiores talentos do futebol mundial. O Brasil, a essa altura, era representado por Careca, companheiro de Maradona no Napoli.

Nos anos 1990, Cafu liderou uma geração de sucesso, que ainda teve Leonardo e Aldair em destaque. Dida, Júnior e Roque Júnior seguiram o fluxo tempos demais, assim como Ronaldo, ainda que atrapalhado por lesões. Foram seis "italianos" na Copa de 1998, quatro em 2002 e seis em 2006, entre eles Kaká, que virou ídolo do Milan em apenas uma temporada.

Hoje, além de Hernanes, só Thiago Silva e Julio Cesar podem servir de espiões da Itália. Os três são os únicos que jogaram no país por algum tempo e conviveram de perto com os rivais do próximo sábado, em jogo que decide a liderança do grupo A da Copa das Confederações. Capitão da seleção, Thiago Silva faz o alerta.

"[Eles têm] uma movimentação muito grande, jogadores rápidos na frente. Um atacante [Balotelli] que faz a diferença com a perna esquerda, a perna direita, de cabeça, que é perigoso a todo momento", disse Thiago Silva depois da vitória contra o México, citando o caminho das pedras para a partida. 

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