Fifa usa seguranças sem curso obrigatório para grandes eventos no Brasil
Aiuri Rebello
Do UOL, em Brasília
-
Julio Cesar Guimarães/UOL
Seguranças da Fifa se reúnem nas imediações do Maracanã, no RJ: curso para grandes eventos atrasou
Criado e tornado obrigatório pela PF (Polícia Federal) no final do ano passado já para a Copa das Confederações, o curso para agentes de segurança de grandes eventos não ficou pronto a tempo. Assim, os seguranças da Fifa (ou 'stewards') que trabalham no mundial de futebol em curso no país não contam com a formação definida como obrigatória pelo governo para este fim.
Os seguranças da Copa das Confederações recebem treinamento da Fifa para orientar o público e resolver situações de conflito sem violência, por exemplo. Também são contratados junto a empresas de segurança e possuem formação prévia de vigilante.
Apesar disso, em novembro de 2012 a PF e o COL (Comitê Organizador Local) da Copa de 2014 anunciaram que todos os agentes de segurança privados que fossem trabalhar na Copa das Confederações, na Copa de 2014 e nas Olimpíadas do Rio de Janeiro em 2016 deveriam fazer o curso especial, com 50 horas de duração.
"É um curso que foca mais no tratamento com o público, com disciplinas de direitos humanos, que é uma nova forma de conduta e atuação dos vigilantes que queremos ter no Brasil", afirmou na ocasião o coordenador geral de segurança privada da PF, Clyton Eustáquio Xavier.
Em março, o UOL Esporte revelou que nem o treinamento dos instrutores para passar o curso aos seguranças havia começado, e que não haveria tempo da formação ser feita para a Copa das Confederações. Os cursos de segurança privada são ministrados por instituições de ensino particulares, mas o currículo, regulamentação e fiscalização fica a cargo da PF, que supervisiona a formação de vigilantes.
Impossibilidade prática
De acordo com a portaria do dia 31 de maio assinada pelo diretor-geral da PF, Leandro Daiello Coimbra, o prazo para a obrigatoriedade do curso de grandes eventos para os vigilantes deixa ser o início da Copa das Confederações, no último sábado (15) e passa a ser março do ano que vem.
De acordo com a PF, o motivo do adiamento foi "a impossibilidade prática de que as empresas de curso de formação de vigilantes capacitem profissionais no 'curso de extensão em segurança para grandes eventos' em quantidade suficiente para a Copa das Confederações".
No currículo, estão previstas aulas de .controle de acesso aos locais dos eventos, gerenciamento de público, gestão de multidões, direitos humanos e resolução de situações de emergência. De acordo com o COL, 15 mil seguranças particulares trabalham na Copa das Confederações.