Em tempo de protestos, Brasil fica atrás da África do Sul na defesa do seu hino

Mauricio Stycer

Do UOL, em Fortaleza

  • Flavio Florido/UOL

    Jogadores da seleção brasileira abraçados durante hino nacional antes de amistoso contra a França

    Jogadores da seleção brasileira abraçados durante hino nacional antes de amistoso contra a França

O Hino Nacional brasileiro voltou a ser ouvido com intensidade em vários dos protestos que se espalharam nos últimos dias pelo país, e até no exterior. É provável que, ao ser executado na Arena Castelão nesta quarta-feira, antes de Brasil e México, provoque reações do público.  Há quem preveja, até, que parte dos espectadores, em protesto, fique de costas.

Se ocorrer, de fato, este protesto vai durar apenas 90 segundos. A Fifa (Federação Internacional de Futebol) tem por praxe executar versões resumidas dos hinos nacionais em suas competições. E o Brasil nunca reclamou disto, diferentemente da África do Sul. 
 
Há quatro anos, na abertura da Copa das Confederações no Ellis Park, em Johanesburgo, contra a seleção do Iraque, o padrão Fifa causou uma enorme confusão. Muita gente argumentou que a versão resumida desrespeitava a África do Sul, já que o hino do país faz referências a diferentes etnias que compõem o país.
 
O resultado desta polêmica foi que, no jogo seguinte, contra Nova Zelândia, o hino foi tocado integralmente. Um ano depois, na abertura da Copa de 2010, contra o México, novamente o hino da África do Sul tocou em versão completa.
 
O incidente mostra que, apesar das regras da Fifa, há margem de manobra para revisões e adaptações. Ninguém no Brasil, porém, teve a preocupação de pedir à entidade máxima do futebol para que o Hino Nacional fosse executado tal como estabelece a lei na abertura da Copa das Confederações.
 
O UOL consultou o Ministério do Esporte e a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) a respeito. Principal interlocutor do governo junto a Fifa, o ministério não se manifestou sobre o assunto.
 
Já Rodrigo Paiva, assessor de imprensa da CBF, minimizou a questão. Primeiro, disse que não procedia a informação do UOL sobre a África do Sul. Depois, corrigiu-se e disse que se tratava de um problema específico do país africano.

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