Pedra no sapato histórica, México é o grande trauma da atual seleção

Gustavo Franceschini

Do UOL, em Fortaleza

  • REUTERS/Paul Hanna

    Com Hulk ao fundo, jogadores do México comemoram a vitória sobre o Brasil na final das Olímpíadas

    Com Hulk ao fundo, jogadores do México comemoram a vitória sobre o Brasil na final das Olímpíadas

O segundo passo da seleção brasileira na Copa das Confederações é um adversário que está engasgado na garganta de Neymar e companhia. Tradicional pedra no sapato da equipe verde-amarela, o México é também o responsável pelo maior trauma da geração que compõe o elenco de Luiz Felipe Scolari: a perda da medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Londres, no ano passado.

O 2 a 1 para os mexicanos em Wembley marcou a era Mano e foi determinante para a saída do treinador da seleção brasileira, meses depois. Do time que participou do vexame em solo inglês, cinco hoje são titulares com Felipão – Thiago Silva, Marcelo, Oscar, Hulk e Neymar.

Foi a maior derrota do atual ciclo da seleção. A outra pancada forte que o time recebeu foi em 2011, quando caiu nos pênaltis diante do Paraguai, nas quartas da Copa América. Na ocasião, Júlio César, Thiago Silva e Neymar estavam em campo como titulares e Fred e Lucas entraram no decorrer do confronto. A disputa mais acirrada e a presença de jogadores mais experientes no grupo fazem desse um tropeço menos traumático na história do elenco que o revés em Londres. 

Para o grupo, era a primeira chance real de se fazer história, já que a medalha de ouro olímpica é o único título ainda inédito para a seleção verde-amarela. Com um grupo composto, em sua maioria, por jogadores com boa experiência no time principal, o Brasil parecia ter sua grande chance na mão, mas a deixou escorrer pelos dedos diante de um México muito parecido com aquele que terá pela frente na próxima quarta.

Dos 14 (11 titulares e os três suplentes) jogadores que entraram em campo na partida fatídica, sete compõem o grupo que está na Copa das Confederações. Corona, Salcido, Mier, Aquino e Raul Jimenez jogaram contra a Itália no último domingo, e provavelmente vão rever o Brasil daqui a dois dias, em Fortaleza. A seleção jura que não perde o sono por isso.

"Aquele resultado ainda está engasgado, mas não vou jogar pensando em uma revanche, mas como mais uma partida importante. Vai ser mais difícil do que a final olímpica, porque essa equipe deles é mais experiente", disse Thiago Silva.

"Não tem maldição nenhuma, tem de jogar do jeito que vem jogando. São competições diferentes, jogadores diferentes. O time está jogando bem. A gente perdeu na Olimpíada, ganhou no Mundial sub-20 e espera vencer essa vez", disse Oscar.

De fato, em 2011 o México caiu diante dos brasileiros na final da competição que consagrou justamente Oscar, herói do título com três gols na final contra Portugal. No jogo anterior, a seleção havia batido os rivais da próxima quarta por 2 a 0, com dois do ex-são-paulino Henrique.

O retrospecto, porém, mostra que a conquista na base é quase uma exceção em uma história de traumas que lembra fantasmas anteriores da seleção como a Holanda pós-1974, a Itália pós-1982, a França pós-1998 e a altitude nos anos 1990. Dos últimos dez confrontos que teve contra o México, o Brasil saiu vencedor em apenas três deles, tendo perdido seis e empatado um.

Além disso, a seleção ainda amarga uma freguesia especial em finais contra a seleção da América do Norte. Nas últimas duas décadas, por exemplo, o Brasil já perdeu duas Copa Ouro (1996 e 2003) e uma Copa das Confederações (1999). 

Sangue, suor e lágrimas na Copa das Confederações
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