Mais pegador que a Itália, Brasil troca metade dos passes da Espanha para finalizar

Fernando Duarte

Do UOL, em Fortaleza

  • Wander Roberto/VIPCOMM

    Thiago Silva lidera a defesa do Brasil, mais combativa que a italiana

    Thiago Silva lidera a defesa do Brasil, mais combativa que a italiana

Em sua partida de estreia na Copa das Confederações, a seleção brasileira teve um desempenho curioso em comparação com o de seus dois principais rivais pelo título: enquanto mostrou uma tenacidade na marcação maior que a da Itália, justamente um país que se orgulha da "pegada" de seu futebol, a equipe de Luiz Felipe Scolari foi mais precoce que a Espanha na hora de chutar a gol.

Durante a vitória de 3 a 0 sobre o Japão, sábado, em Brasília, a seleção registrou 90 desarmes completos, um a mais que os italianos no triunfo por 2 a 1 diante do México, no Rio. Também teve mais tentativas totais de desarmes (132 contra 114). Em termos gerais, a Itália teve o combate mais concentrado em seus jogadores de meio, enquanto o Brasil teve Thiago Silva e Daniel Alves como os maiores "ladrões".

No ataque, porém, a equipe pareceu mais apressada em chutar a gol que a Espanha: os campeões mundiais trocaram em média 40 passes a cada chute na vitória por 2 a 1 sobre o Uruguai, em Recife. O dobro dos passes registrados pelo Brasil. Ao mesmo tempo em que o tika-taka Espanhol costuma ser criticado pela falta de objetividade, o fato é que Xavi, Iniesta & cia finalizaram mais que o Brasil (15 x 12) e acertaram mais chutes da direção do gol (7x4).

Vale observar que a artilharia do Brasil foi menos concentrada em Neymar do que o habitual. Se nas sete partidas anteriores da seleção ele tinha registrado média de quatro chutes por jogo, contra o Japão foi apenas um: justamente o que foi parar no ângulo com apenas três minutos de partida .

O Brasil foi o mais "perdulário" entre os três países.  A equipe registrou 44 bolas perdidas, contra 32 dos espanhóis e apenas 24 dos italianos. Com média de 8,3 bolas perdidas por jogo na era Scolari, Neymar em Brasília teve apenas seis – Oscar, com nove e Fred (oito), foram os maiores "culpados".

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