Repórteres do UOL mostram como é ser vip no 'mundo da Fifa'
Luiz Paulo Montes, Mauricio Stycer e Ricardo Perrone
Do UOL, em Brasília
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Luiz Paulo Montes
Mesa de comida à disposição dos vips em camarote do Estádio Mané Garrincha, em Brasília
O torcedor comum enfrentou filas para retirar ingresso, para entrar no estádio, para comprar bebida, além de topar com falta de comida em algumas vendas. O torcedor vip, que usufruiu dos camarotes montados por patrocinadores e parceiros da Fifa (Federação Internacional de Futebol), não viu nada disso. Ao contrário.
A vitória do Brasil sobre o Japão por 3 a 0, na abertura da Copa das Confederações, foi uma experiência tranquila e confortável para quem tinha convite para alguma área vip no estádio Mané Garrincha, em Brasília. Três repórteres do UOL Esporte passaram por camarotes e lounges do estádio e contam como foi.
Para os convidados da Coca-Cola, por exemplo, a partida começou às 10h, no tradicional hotel Naoum Plaza. A empresa montou um esquema semelhante ao de camarote de cervejaria em Carnaval, com sala de maquiagem para quem queria pintar a cara de verde-amarelo, customização de camisetas, um ambiente com música ao vivo - show da banda Salve Jorge -, e outras mordomias.
Por volta das 12h, os convidados participaram de um "brunch" no hotel, uma refeição com salada, picadinho, risoto de funghi e strogonoff de frango, acompanhada de vinho, espumante e sucos.
Enquanto o torcedor comum caminhava em direção ao estádio Mané Garrincha, os vips foram levados de vans ou ônibus com ar-condicionado. O desembarque ocorria a 100 m da entrada. Uma "entrada de hospitalidade" agilizava, quase sem fila, a situação de quem chegava para o jogo com convites especiais.
O lounge da Sony foi um que recebeu celebridades e convidados especiais, além de funcionários da empresa. Os atores Debora Nascimento e José Loreto mal conseguiram andar pelo espaço. Também passaram por lá a apresentadora Astrid Fontenelle, os ex-VJ Felipe Solari e Andre Vasco e a atriz Laura Neiva.
Um bufê oferecia aos convidados uma série de quitutes: malinha de crepe com abacaxi, manga, queijo Minas e geleia de pimenta; pera com gorgonzola aromatizada com mel na folha de arroz; bolinho de feijoada; folheado de queijo coalho com requeijão e melado de cana. Vinho e cerveja acompanhavam as comidas.
No lounge vip, ninguém enfrentou fila, mas mesmo assim muita gente perdeu o primeiro gol do Brasil. Eram torcedores que estavam de costas para o gramado, tirando fotos de Dilma Rousseff, acomodada na tribuna de honra, no andar de cima, bem perto. Os torcedores falavam, e a presidente mandava beijinhos.
A frustração do gol não visto foi compensada com várias mordomias. Como ser obrigado, no intervalo, ao ir para a parte interna do camarote, a passar por um corredor polonês formado por garçons e garçonetes. Eles seguravam bandejas com espumantes, copos de cerveja e refrigerantes.
No fim do corredor, mesas com cuzcuz de palmito, saladas, terrine de legumes, trufas de cupuaçu, glacê de maracujá e beijinho. Muitos, deixavam a etiqueta de lado e pegavam os quitutes direto das travessas com as mãos, ignorando os talheres colocados lá. Para beber, vinho e champagne Taittinger, cuja garrafa de 750ml custa aproximadamente R$ 300.
Na volta para o segundo tempo, outro gol perdido. Dessa vez, o segundo do Brasil. Muitos ficaram comendo enquanto a partida já tinha recomeçado.
Para alguns, parece não ter feito muita diferença já que boa parte da turma não era da mais fanática. Como um torcedor que ao ouvir um comentário quis saber quem é [Diego] Cavalieri, do Fluminense. Alguns, até assistiram ao jogo com uma revista aberta com fotos dos jogadores da seleção. Uma espécie de guia.
E de repente, começa a chover, logo no final do jogo. Mas ninguém precisou se molhar na saída. Todos ganharam capas de chuva antes de deixar o camarote.
DILMA VAIADA E WILLIAM BONNER SÃO DESTAQUES DO BOLADA UOL