Polícia Federal será guarda-costas de Blatter e Valcke durante viagens ao Brasil

Aiuri Rebello

Do UOL, em Brasília

  • AP Photo/Silvia Izquierdo

    O presidente da Fifa, Joseph Blatter (à esq.), e o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, em evento no Rio de Janeiro nesta quinta-feira (13)

    O presidente da Fifa, Joseph Blatter (à esq.), e o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, em evento no Rio de Janeiro nesta quinta-feira (13)

A PF (Polícia Federal) destacará agentes para atuar como guarda-costas de Joseph Blatter e Jérôme Valcke, respectivamente presidente e secretário-geral da Fifa (Federação Internacional de Futebol Associado), durante viagens ao Brasil. Nos trajetos que percorrerem de carro, além da segurança pessoal feita pelos policiais, os dois contarão com batedores e escolta da PRF (Polícia Rodoviária Federal) para ajudar com o trânsito.

A "segurança pessoal aproximada", com define a portaria assinada nesta terça-feira (11) pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, vale mesmo durante fora do período de realização da Copa das Confederações deste ano e da Copa do Mundo de 2014, e se estende para qualquer viagem relacionada aos preparativos dos dois eventos. Além do presidente e do secretário-geral da Fifa, a medida de segurança contempla também os presidentes e diretores-executivos do COI (Comitê Olímpico Internacional) e CPI (Comitê Paraolímpico Internacional) e o presidente da Comissão de Coordenação do RIo 2016.

Nestes casos, a prerrogativa vale para todas as viagens de preparação para os jogos olímpicos e paraolímpicos de 2016 no Rio de Janeiro. Os beneficiados devem fazer a solicitação de escolta 15 dias antes de chegarem ao país. Também está prevista a ajuda das polícias militares e rodoviárias dos estados por onde estiverem os dirigentes esportivos.

Questionado sobre quantos agentes da PF são destacados como guarda-costas e quantos veículos e homens da PRF ficam à disposição para este trabalho de segurança pessoal, o Ministério da Justiça afirma que estas informações não podem ser reveladas por questão de segurança. Segundo a pasta da Justiça, também não existe uma estimativa de custo destas operações, na medida em que não há um cronograma estabelecido de viagens.

Autoridade estrangeira

A obrigação de escolta pessoal a dirigentes esportivos não consta nas garantias apresentadas pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seus ministros à Fifa em 2007, quando o Brasil era candidato a sede dos mundiais de futebol. Resumidamente, lá o governo compromete-se a garantir "o máximo possível" a segurança de todos os envolvidos na organização e realização da Copa de 2014, inclusive os torcedores, sem especificar como cada participante teria sua segurança assegurada.

Apesar disso, o Planejamento Estratégico de Segurança da Copa do Mundo FIFA Brasil 2014, elaborado pela Secretaria Extraordinária de Grandes Eventos em janeiro de 2012, traz essa possibilidade. Ali, fica decidido que é o Itamaraty que define quem é a "autoridade" estrangeira que será considerada VIP (pessoal muito importante, na tradução do inglês) e terá direito a segurança especial, e qual o nível dela (com ou sem escolta, com ou sem guarda-costas pessoais).

Assim, com a portaria do Ministério da Justiça, os dirigentes esportivos internacionais passam a ter status (no que diz respeito à segurança) igual ao de alguns chefes de Estado, ministros e outros governantes estrangeiros. Aproveitando a edição das regras, o governo incluiu os dirigentes do COI e do CPI no pacote.

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