Copa das Confederações começa com culto à diversidade com cara de Carnaval
Gustavo Franceschini
Do UOL, em Brasília
A Copa das Confederações começou com cara de Carnaval brasileiro, como se poderia esperar. Criado pelo premiado carnavalesco Paulo Barros, o espetáculo de abertura da competição que inicia neste sábado, em Brasília, fez um ode à diversidade com direito a porta-bandeiras, alas, vestidos de baianas, e a evolução que se vê anualmente na Marquês de Sapucaí.
O show, que durou cerca de 20 minutos, aconteceu no gramado do estádio Mané Garrincha, que receberá o jogo inaugural entre Brasil e Japão a partir das 16h. Sob um tapete verde, cerca de 2,8 mil voluntários homenagearam cada um dos oito países da competição.
Antes, no entanto, o Brasil ganhou o espaço que se espera para o país-sede. A festa começou com um mosaico diferente, em que voluntárias vestidas com um macacão verde que se posicionaram dentro de diversos casulos. Quando fechados, cada um dos invólucros formava uma bola de futebol branco.
Sob o fundo verde, criava-se o mosaico, uma forma de lembrar a festa das torcidas nos estádios. "Welcome", "Bem-vindos" e "O sonho começa agora" foram algumas das mensagens exibidas. O público, animado, participou quando foi estimulado a fazer uma contagem regressiva, que iniciou o segundo ato do show.
Vestidos como portugueses e índios, voluntários correram pelo gramado como fizeram há mais de 500 anos no Brasil. O mar que cerca o país era representado, de forma simbólica, por mulheres com vestidos rodados azuis. A semelhança com as baianas do Carnaval das escolas não é mera coincidência.
Portugueses e índios, no fim desse ato, abriram tecidos e se uniram, formando o mapa do Brasil. A construção do símbolo nacional por pedaços diferentes de pano, como retalhos, volta ao tema principal da apresentação do show, a exaltada diversidade brasileira.
Como nas tradicionais cerimônias de abertura dos Jogos Olímpicos, grupos de pessoas representando cada um dos países participantes entraram no gramado. Claro que, desta vez, não se tratavam de atletas, e sim de voluntários vestidos com roupas alusivas à cultura de cada um dos visitantes que estarão no Brasil até o fim do mês.
Espalhados em um círculo, eles passaram a se movimentar como alas de uma escola de Carnaval. No centro, os porta-bandeiras faziam movimentos coreografados e até arriscavam um jogo de capoeira. O som do estádio dava a ordem.
Uma por uma, as "delegações" dos países tiveram sua chance de brilhar. Ao som de música italiana, os voluntários de verde, vermelho e branco dançaram a "tarantella". Os movimentos rígidos dos japoneses e a sensualidade dos mexicanos fizeram a festa seguir até a dança típica do Taiti, participante menos conhecido da Copa das Confederações.
Quando chegou a vez do Brasil, mais uma vez Paulo Barros se empenhou em agradar diferentes gostos. Em um intervalo de segundos, ritmos como axé e samba se misturaram no sistema de som e nós pés dos visitantes, que dançaram conforme a música.
O último ato foi o que mais empolgou a torcida. Com fantasias que remeteram à vegetação brasileira, voluntárias formaram um campo de futebol. Bonecos gigantes como os de Olinda, em mais uma referência ao Carnaval, foram alinhados para uma partida com direito a narração. No momento do gol, o público, mesmo tímido, acompanhou a festa e soltou o grito.
E foi só. Sem levar ninguém ao delírio, o show foi encerrado com o cartaz oficial da Copa das Confederações e a retirada do tapete verde que cobriu o gramado, agora à espera de Brasil e Japão para o início do torneio propriamente dito.