Seleção brasileira mostra redução em 'Neymar-dependência' na estreia
Fernando Duarte
Do UOL, em Brasília
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Flavio Florido/UOL
Neymar comemora o primeiro gol do Brasil contra o Japão
A vitória da seleção brasileira sobre o Japão em Brasília poderá até ficar marcada pelo belo gol e pela atuação de Neymar, principalmente por ter interrompido seu jejum de gols de quase 900 minutos. No entanto, a partida de estreia na Copa das Confederações registrou uma redução na dependência do time em relação a sua principal estrela. Pelo menos numa análise das estatísticas, o discurso de Luiz Felipe Scolari de que Neymar precisa jogar mais coletivamente e ter menos responsabilidade individual começou a funcionar.
Segundo o Datafolha, o jogo com o Japão teve um envolvimento bem maior dos companheiros de ataque de Neymar. Principalmente Oscar: o principal armador da equipe recebeu 43 bolas na partida, não apenas duas a mais que Neymar, mas um número bem mais significativo que a média de 29,4 registrado nas cinco partidas anteriores disputadas pela seleção com Felipão no comando.
Hulk foi outro que viu suas situações de "destino de passes" aumentarem. Contra os japoneses, ele recebeu 39 – sua média nas partidas ateriores fora de 25,8. E na partida em que recebeu a bênção de Scolari para sair mais para o jogo, o volante Paulinho, cuja a média de bolas recebidas era de 26,6, foi "alvo" de 34 passes.
Num momento em que Felipão ressalta a importância do equilíbrio nas ações coletivas no time, as evidências de um maior "socialismo" tático poderá agradar ao treinador. "Não tivemos a perfeição na parte tática (contra o Japão), mas o que vimos em campo hoje nos deixa pensar que se continuarmos equilibrados taticamente poderemos enfrentar qualquer adversário e derrota-lo", acredita Felipão.