França de 1998 é trauma de infância para jovem seleção brasileira

Gustavo Franceschini

Do UOL, em Porto Alegre

  • Juca Varella/Folha Imagem

    Deschamps, capitão francês no título da Copa do Mundo de 1998, hoje é técnico da seleção de seu país

    Deschamps, capitão francês no título da Copa do Mundo de 1998, hoje é técnico da seleção de seu país

Quando o Brasil entrar em campo contra a França, no próximo domingo, boa parte da seleção brasileira estará diante de um trauma de infância. Com média de 26,1 anos de idade, boa parte dos comandados de Luiz Felipe Scolari teve na Copa do Mundo de 1998, de Zidane e companhia, o primeiro grande trauma na relação com a equipe verde-amarela.

"Acho que a minha principal lembrança [da França] é da final da Copa de 1998, que infelizmente o Brasil perdeu. Me lembro muito bem desse jogo. Eu tinha seis anos, estava assistindo em casa", disse Lucas.

"Em 1998, o Brasil perdeu e eu fiquei muito bravo com a seleção. Eu, que era torcedor, não gostei do vice", relembrou Filipe Luís. "Todo torcedor brasileiro lembra daquela final e ainda sente. Claro que marca", ratificou Jô.

Os três têm, respectivamente, 20, 27 e 26 anos de idade. Na fatídica decisão em que Ronaldo foi atrapalhado por uma convulsão e Zidane brilhou com dois gols, tinham de seis a 13 anos. Na época, o imaginário futebolístico do trio ainda estava em formação, e perder uma final de Copa certamente é um baque nesse processo.

Como Lucas, Filipe Luís e Jô, outros tantos do elenco viveram algumas de suas primeiras emoções negativas com a seleção na partida contra a França. Jean, Marcelo, David Luiz, Paulinho, Luiz Gustavo, Fernando, Hulk, Oscar, Neymar e até o caçula Bernard estão dentro da mesma faixa etária e também devem ter sofrido com a partida. 

Não por acaso, o grande algoz da seleção marcou os jogadores. Em entrevista ao UOL Esporte, Lucas já falou de sua admiração por Zinedine Zidane, que ele considera o maior jogador que viu atuar. Da mesma forma, Paulinho, de 24 anos, tem o camisa 10 francês como seu maior ídolo no futebol, como relatou o seu irmão no ano passado.

Neste domingo, todos eles terão a chance de exorcizar um pouco esse fantasma. Na Arena Grêmio, em Porto Alegre, a seleção fará seu último amistoso antes da Copa das Confederações diante de uma França em reformulação, dirigida por Didier Deschamps, capitão da equipe que há 15 anos derrubou Ronaldo e companhia. 

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