De olho no cofre

Governo assina contrato e repassa Maracanã a Eike e Odebrecht

Do UOL, no Rio de Janeiro

  • Daniel Marenco/Folhapress

    Consórcio Maracabã SA vai administrar o estádio pelos próximos 35 anos

    Consórcio Maracabã SA vai administrar o estádio pelos próximos 35 anos

O governo do Rio de Janeiro já assinou o contrato para concessão do Maracanã ao grupo de empresas do qual participam a Odebrecht e o empresário Eike Batista. O acordo com o Consórcio Maracanã SA foi fechado na terça-feira e seu extrato foi publicado no Diário Oficial do Estado do Rio de Janeiro nesta quarta.

O grupo venceu a licitação pelo controle do estádio no último dia 9. Vai pagar ao governo 34 parcelas anuais de R$ 5,5 milhões para administrar o estádio por 35 anos.

Esse prazo, porém, só começa a contar a partir do momento que o consórcio apresentar ao governo ao menos dois contratos com clubes cariocas acertando a utilização do Maracanã por eles. Caso isso não ocorra em 90 dias, o Consórcio Maracanã SA pode perder a concessão.

O Consórcio Maracanã SA reúne três empresas: Odebrecht, AEG e IMX, de Eike Batista. Juntos, eles entraram como favoritos na polêmica licitação de concessão do Maracanã. Enfrentaram como único concorrente o Consórcio Complexo Esportivo e Cultural do Rio de Janeiro, formado pela OAS SA, Stadion Amsterdam e Lagardere Unlimited (leia mais sobre os dois consórcios abaixo).

No dia 16 de abril, o consórcio de Eike e Odebrecht apresentou a melhor proposta financeira para controlar o Maracanã por 35 anos. Já no final daquele mês, o governo do Rio divulgou as notas das propostas técnicas dos dois concorrentes. Eike e Odebrecht novamente apresentaram o melhor plano de administração garantira a vitória na concorrência.

Privatização

A privatização do Maracanã foi anunciada pelo governo do Rio de Janeiro no ano passado. Em outubro, foi apresentada a minuta do edital de licitação. Essa minuta foi elaborada com base em um estudo de viabilidade econômica elaborado pela IMX, de Eike, que se uniu a Odebrecht na concorrência pelo complexo esportivo.

Naquela época, o governo do Estado estimava receber cerca de R$ 7 milhões por ano da empresa que assumisse o Maracanã. Esse valor, assim como todo o processo de privatização já era contestado por políticos e manifestantes, tanto é que a audiência pública para debate da proposta de privatização realizada em novembro teve muita em confusão e protesto.

Isso não abalou os planos do governo, que deu andamento a licitação. Em fevereiro, foi publicado o edital da concorrência. O documento foi contestado duas vezes pelo Ministério Público Federal (MPF) e Ministério Público Estadual (MP-RJ), os quais apontaram favorecimento da IMX, entre outros problemas na concorrência.

O UOL Esporte já noticiou, inclusive, que o presidente da IMX, Alan Adler, negociou a administração de áreas do Maracanã antes mesmo da licitação ser oficialmente lançada. IMX e governo do Rio, no entanto, negaram qualquer acordo prévio.

Administração

O Consórcio Maracanã SA, além de manter e explorar o complexo esportivo, ele terá de fazer obras necessárias para adequar o espaço para a Copa do Mundo de 2014 e Olimpíada de 2016. É estimado um investimento de R$ 594 milhões no complexo.

Parte desse dinheiro será usado na demolição do Parque Aquático Julio Delamare, Estádio de Atletismo Célio de Barros e Escola Municipal Friedenreich. Todas essas demolição também são contestadas por atletas, treinadores, federações esportivas, políticos e pais de alunos da escola.

Consórcio Maracanã SA

Odebrecht Participações É a subsidiária do grupo Odebrecht responsável pelo desenvolvimento, estruturação até a implantação final de novos investimentos. Atualmente, a empresa tem se envolvido com a administração de estádios do país. Ela participou recentemente da estruturação da gestão da Fonte Nova e a Arena Pernambuco. A Odebrecht é uma das construtoras que está reformando o Maracanã para a Copa do Mundo de 2014.
AEG A empresa americana é a operadora do complexo LA Live, em Los Angeles, e da O2 Arena, em Londres. Além disso, opera mais de 100 arenas em 14 países e é dona de clubes de futebol como o Los Angeles Galaxy e da famosa equipe de basquete Los Angeles Lakers. A empresa promove mais de 3.500 shows por ano.
IMX A IMX faz parte do Grupo EBX, do bilionário Eike Batista. Atua são produção de eventos, gerenciamento de carreiras, hospitalidade e gestão de arenas. A pedido do governo do Rio de Janeiro, fez o projeto da privatização do Maracanã.

Consórcio Complexo Esportivo e Cultural do Rio de Janeiro

OAS SA Fundada em 1976, a empresa baiana é uma das maiores empreiteiras brasileiras e executora de obras públicas por todo o país. Hoje divide-se em três segmentos: OAS Investimentos, OAS Empreendimentos e Construtora OAS. A empresa participou da construção do Engenhão, no Rio de Janeiro.
Stadion Amsterdam A empresa holandesa já administra um estádio, o Arena Amsterdã, casa do clube Ajax. Oito empresas privadas compõe a administradora de estádios. Em Amsterdã, a arena administrada por eles também é casa da seleção holandesa e recebe grandes shows.
Lagardere Unlimited Empresa de marketing esportivo francesa, a Lagadere representa atletas e técnicos de diversos esportes ao redor do mundo. Entre suas atividades, também está gerenciamento de direitos de transmissões televisivas, distribuição de direitos e participação em marketing, organização de eventos e gerenciamento de estádios, salas de espetáculo e academias de ginástica.

CRONOLOGIA MARACANÃ: RELEMBRE A HISTÓRIA DO ESTÁDIO

Obras no Maracanã
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