De olho no cofre

Reforma do Maracanã adianta demolição de estádio de atletismo

Vinicius Konchinski

Do UOL, no Rio de Janeiro

O Estádio Célio de Barros era considerado um dos melhores locais para a prática do atletismo no país até o final do ano passado. Hoje, porém, qualquer pessoa que passar por ele terá enormes dificuldades de reconhecer ali alguma das características que tornaram o local um centro de referência do esporte olímpico nacional.

Atualmente, o Célio de Barros não passa de um depósito de materiais para a reforma do Maracanã. Sua pista de corrida, sua cancha para salto em distância e seu campo para arremesso de peso e dardo foram transformados em estacionamento de caminhões e um estoque blocos de concreto. Tudo isso para ajudar na reforma do estádio de futebol que abrigará a final da Copa das Confederações de 2013 e da Copa do Mundo de 2014.

O governo do Rio de Janeiro já anunciou que pretende demolir o Célio de Barros. Essa demolição estava prevista para acontecer, no entanto, somente após a privatização do Maracanã, a qual ainda está em fase de licitação. Licitação, aliás, que está sendo questionada na Justiça justamente por prever a demolição de equipamentos esportivos como o Célio de Barros e o Parque Aquático Julio Delamare.

Independentemente disso, contudo, a demolição do Célio de Barros está extra-oficialmente em curso. Do jeito que ele se encontra hoje, seria impossível a utilização da sua pista de atletismo sem uma completa reconstrução, segundo o próprio presidente da (FARJ) Federação de Atletismo do Estado do Rio de Janeiro, Carlos Alberto Lancetta.

"A pista, do jeito que está, precisaria de pelo menos uns R$ 10 milhões para voltar a funcionar", afirmou ele, logo após o canteiro de obras do Maracanã incorporar o Célio de Barros, ainda em fevereiro deste ano.

Lancetta foi contra o fechamento do estádio de atletismo, assim como vários atletas ou treinadores que usavam o local.  A maioria dos que dependia do espaço teve que buscar outro local para poder trabalhar ou preparar para competições, e ainda se queixa da mudança forçada.

"Fomos para o Engenhão, mas lá não tem a mesma estrutura que tínhamos", disse Edneida Freire, treinadora que trabalhava no Célio de Barros . "Lá no Engenhão, o foco nunca foi o atletismo, diferentemente do Célio de Barros."

A Secretaria Estadual de Esporte e Lazer foi procurada para comentar a "demolição antecipada" do Célio de Barros, mas não respondeu. A Secretaria Estadual da Casa Civil, que é a responsável pelo processo de privatização do Maracanã, também não.

A Secretaria Estadual de Obras confirmou que o estádio de atletismo está servindo de depósito durante a reforma do Maracanã. Não informou, porém, o que será feito do local no período entre o fim de reforma do Maracanã e sua demolição.

Como está hoje, é muito improvável que o Célio de Barros volte a receber alguma competição ou sessão de treinamento.

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