Para garantir financiamento rápido, Corinthians teria de adotar modelo similar ao do Palmeiras

Daniel Tozzi, Rodrigo Mattos e Vinicius Konchinski

De São Paulo

  • Fernando Donasci/UOL

    Jérôme Valcke brinca de defender pênalti em trave instalada nas obras do Itaquerão

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Uma das opções propostas pelo Banco do Brasil para aceitar atuar como repassador no empréstimo de financiamento do BNDES para o Itaquerão é que a Odebrecht substitua o Corinthians e assuma o controle do fundo imobiliário que detém os direitos sobre o estádio. Esse modelo seria similar ao adotado pelo Palmeiras com a WTorre na construção da Arena Palestra.

Pelo acordo firmado pelo clube alviverde, é a construtora quem banca a obra de seu estádio. Assim, é também a empresa quem detém os direitos sobre a maior parte das rendas futuras da arena. O Palmeiras leva um percentual - que cresce gradualmente - dos ganhos e não tem autonomia sobre a gestão do estádio.

No caso corintiano, o clube aparece como dono do projeto do Itaquerão. Para obter dinheiro, faz financiamentos e usa a renda do estádio para pagar o dinheiro que obteve emprestado, teoricamente, com o BNDES e em outras operações particulares. É o Corinthians, portanto, quem tem o controle da gestão do estádio.

O clube é cotista júnior. Desta forma, tem direitos sobre as receitas. Mas, pelo estatuto do fundo, a prioridade é o pagamento das parcelas da dívida e, depois, a manutenção do estádio. A sobra de dinheiro que vai para o Corinthians.

Os dois modelos têm riscos e benefícios para os clubes. No caso palmeirense, é a WTorre quem assume a maior parte dos riscos já que paga pela obra. Mas também, se o estádio for extremamente bem-sucedido, será a empresa quem levará a maior parte dos ganhos, embora, óbvio, o Palmeiras também venha a ser favorecido. O clube alviverde só tem o risco de o estádio não subir, já que abriu mão do Palestra Itália.

No caso corintiano, o clube assume a maior parte dos riscos. Será a agremiação que terá de gerar receita suficiente para pagar a parcela da dívida, para bancar os custos de manutenção e também para ter uma fatia que lhe sobre para ajuda no orçamento. Isso ocorrerá por 15 anos, prazo do financiamento. A projeção do Corinthians é de que o estádio gere em torno, no mínimo, R$ 100 milhões por ano. 

Não há intenção nem do clube nem da Odebrecht de mudar a estrutura atual para a construção do Itaquerão. Há a opção de escolher outro banco como repassador do dinheiro. Mas isso envolveria iniciar uma nova negociação, que pode levar até um ano e meio.  

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