Parreira deixa cargo em Minas sem fechar negócios para a Copa, mas leva R$ 280 mil
Vinícius Segalla
Do UOL, em São Paulo
-
Rafael Ribeiro/Divulgação/CBF
Parreira deveria ter feito relatório sobre as condições das estruturas esportivas de 19 cidades mineiras
O novo coordenador técnico da seleção brasileira, Carlos Alberto Parreira, rescindiu na última quinta-feira o contrato que tinha com o governo do Estado de Minas Gerais válido até a junho de 2014. O governo mineiro contratara Parreira como consultor do Estado para a Copa em abril deste ano.
O objetivo anunciado era o de atrair o máximo de seleções para treinar em Minas antes do início da Copa. O contrato era de 27 meses, e o treinador receberia um teto de R$ 1,2 milhão, ou R$ 44 mil por mês, mas sua remuneração seria por serviços prestados, de acordo com a Secretaria de Estado Extraordinário da Copa (Secopa-MG). Até sua saída do cargo, o coordenador técnico não fechou nenhum negócio em benefício do Estado. Ainda assim, Parreira embolsou R$ 280 mil pelos serviços prestados, segundo informa a Secopa-MG.
DIVERSIFICANDO OS NEGÓCIOS
-
Desde o início de abril, Parreira está à frente de um novo desafio. De olho em um mercado que movimenta milhões de reais anualmente no país, o treinador lançou uma empresa de comércio exterior que tem entre seus objetivos ser a principal fornecedora de veículos e aeronaves importadas para jogadores de futebol brasileiros. LEIA MAIS
A pasta informa que, como consultor da Secopa, Parreira visitou as cidades mineiras de Juiz de Fora, Matias Barbosa, Ipatinga e Sete Lagoas, a fim de ter um diagnóstico claro sobre as estruturas esportivas dessas cidades, além de ter conhecido os centros de treinamento de Atlético-MG, Cruzeiro e América-MG.
O último trabalho de Parreira foi um tour a países membros da Confederação de Futebol da América do Norte, Central e Caribe. Parreira esteve em Panamá, Costa Rica, Honduras e Los Angeles (EUA). Segundo a Secopa, como a escolha do local para treinamento para a Copa é da seleção nacional, o contrato com Parreira visava "seduzir" essas equipes, mas não havia obrigação legal de convencer um país a optar por uma cidade mineira como base de treinamento pré-Copa.
Em abril deste ano, a Secopa-MG informou ao UOL Esporte a primeira atividade de Parreira seria realizar um diagnóstico de 19 cidades mineiras para informar ao governo o que precisaria ser aprimorado para que os municípios de fato tivessem chance de serem escolhidos como centro de treinamento. Isso não ocorreu.
Atividade paralela
Desde o início de abril. Parreira está à frente também de um novo desafio. De olho em um mercado que movimenta milhões de reais anualmente no país, o treinador lançou uma empresa de comércio exterior que tem entre seus objetivos ser a principal fornecedora de veículos e aeronaves importadas para jogadores de futebol brasileiros. "Mas também importamos, com toda a logística, maquinário e produtos industriais", contou o coordenador da seleção.
Segundo ele, seus dois trabalhos atuais podem ser feitos sem que um atrapalhe o outro. "Meu trabalho, na empresa, é conhecer investidores e clientes, não vou ficar no porto olhando navio e desembaraçando cargas", explica.