Bancários repudiam declaração de Felipão e dizem que técnico desrespeitou classe
Do UOL, em São Paulo
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Rafael Ribeiro/Divulgação/CBF
Luiz Felipe Scolari discursa ao lado de Marco Polo Del Nero durante anúncio no Rio
A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) se manifestou, por meio de sua assessoria de imprensa, sobre as declarações do novo técnico da seleção brasileira, Luiz Felipe Scolari, que citou o Banco do Brasil ao dizer que jogadores não podem ter medo de defender a equipe.
"Se não quer pressão, então é melhor não jogar na seleção. É melhor ir trabalhar no Banco do Brasil ou em um escritório", falou nesta quinta-feira, em entrevista coletiva.
A confederação disse que Felipão desrespeitou os bancários e demonstra desconhecimento sobre o trabalho dessa profissão.
"Cerca de 1.200 bancários são afastados do trabalho mensalmente, por razões de saúde, vítimas do assédio moral e da pressão violenta para que cumpram as metas abusivas de produção e vendas impostas pelas instituições financeiras, inclusive o Banco do Brasil", diz trecho do comunicado.
O Banco do Brasil também se pronunciou a respeito da declaração do treinador por meio de nota à imprensa. No texto, a empresa deseja boa sorte a Luiz Felipe Scolari em seu "novo desafio à frente da seleção", mas diz lamentar o "comentário infeliz do treinador".
Veja na íntegra o comunicado dos bancários
A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) repudia a declaração do técnico Luis Felipe Scolari sobre o trabalho dos bancários do Banco do Brasil, feita na entrevista coletiva desta quinta-feira 29, no Rio de Janeiro, ao reassumir o posto de treinador da Seleção Brasileira.
Ao afirmar que, "se não tiver pressão, vai trabalhar no Banco do Brasil, senta no escritório e não faz nada", Felipão não apenas desrespeita os trabalhadores bancários, como demonstra total desconhecimento sobre a realidade do trabalho no sistema financeiro nacional.
Cerca de 1.200 bancários são afastados do trabalho mensalmente, por razões de saúde, vítimas do assédio moral e da pressão violenta para que cumpram as metas abusivas de produção e vendas impostas pelas instituições financeiras, inclusive o Banco do Brasil.
Luis Felipe Scolari começou mal como novo técnico da Seleção Brasileira. Esperamos que ele não esteja tão desatualizado sobre futebol quanto está sobre as relações de trabalho nos bancos.
Confira a nota à imprensa publicada pelo Banco do Brasil