Andrés Sanchez anunciou oficialmente na manhã desta quarta-feira o que já era esperado há alguns dias: seu pedido de demissão de coordenador de seleções da CBF, cargo que será até extinto pela entidade.

Em seu discurso de despedida, Sanchez deixou claro o relacionamento frio com o presidente da CBF, José Maria Marin, a quem ele nem avisou pessoalmente ainda de sua saída.

"Pensei em ficar até sábado, mas não consigo falar com o presidente. Então, resolvi entregar minha carta de demissão hoje. Deixei aqui na CBF às 10h da manhã, na mão do Julio [funcionário da CBF]. Só estou tirando minhas coisas daqui e mudando pra São Paulo. Estou fora de tudo".

"Estou fora. Não quero sair ser Rainha da Inglaterra. Não preciso me sujeitar. O presidente estava tomando decisões sem me consultar. Então, decidi ir embora", continuou.

A reunião entre Andrés e Marin, que aconteceria na terça-feira, foi adiada para os próximos dias. Mas o ex-presidente do Corinthians se cansou da espera.

Na última segunda, em entrevista durante uma convenção de futebol no Rio de Janeiro, o diretor de seleções havia afirmado que sua vontade era deixar o cargo na confederação. "A tendência é essa, só preciso conversar com o Marín [presidente] antes", revelou.

Em evento no estádio de Itaquera, Marin demonstrou frieza com a saída de Sanchez e até anunciou que o cargo agora terá outro nome e função. "Decidimos destituir o cargo do diretor de seleção. Passará a ser um coordenador agora", explicou.

Andrés fora nomeado para o cargo pelo ex-presidente Ricardo Teixeira. Era considerado o nome mais forte para sucedê-lo até sua queda e nunca foi próximo de Marin ou do vice-presidente da entidade Marco Polo Del Nero.

O agora ex-diretor de seleções foi publicamente contra a demissão do técnico Mano Menezes do cargo de treinador da seleção e se irritou profundamente depois de saber que Marin havia se reunido com Luiz Felipe Scolari antes mesmo do anúncio da saída de Mano.

Marin e  Del Nero estão em Itaquera, em evento da Fifa. Os dirigentes farão um pronunciamento nas obras do estádio do Corinthians. A entidade máxima do futebol brasileiro ainda não se pronunciou oficialmente sobre a saída de Andrés do cargo de diretor de seleções.