Ex-gordinho, Diego Alves encara Messi e vira titular no gol do Brasil de Mano Menezes

Francisco De Laurentiis e Paulo Passos

Do UOL, em São Paulo e Nova Jersey (EUA)

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    Diego Alves (em pé, segundo da esq. para dir.) na infância, quando jogava no Regatas, de Ribeirão Preto.

    Diego Alves (em pé, segundo da esq. para dir.) na infância, quando jogava no Regatas, de Ribeirão Preto.

Da criança obesa que imitava o ex-goleiro Taffarel em Ribeirão Preto ao goleiro mais assíduo como titular da seleção brasileira principal em 2012. Assim pode ser (bem) resumida a história de Diego Alves nos últimos 15 anos. Antes de ser jogador profissional de futebol, o atual dono da camisa numero 1 da seleção sofreu com a dificuldade para perder peso após o tratamento de uma doença.

Dos 10 aos 12 anos, ele diz ter recebido os mais diversos apelidos por ser obeso. Até hoje, o goleiro é chamado de "Diego X" pelo amigos de infância. "Esse foi o que mais pegou. Era "X-tudo", por causa do lanche que tinha em Ribeirão Preto. Era o maior sanduíche, então me chamava assim", conta, rindo, em entrevista ao UOL Esporte.

FÃ DE TAFFAREL


Desde pequeno eu sabia que queria ser goleiro. Na época, minha brincadeira era imitar o Taffarel. Até hoje, tenho ele como ídolo. Ele fazia as coisas parecem fáceis. Ele não queria aparecer. Isso é uma coisa que eu gosto e tento seguir.

A luta contra a balança começou após Diego ter uma paralisia facial aos 10 anos. O tratamento indicado foi à base de cortisona, potente anti-inflamatório que tem como efeito colateral aumento de peso. Com os medicamentos, engordou quase 20 quilos

"Cheguei a pesar 70 quilos, era obeso. Mesmo assim, sempre segui fazendo esporte, não fiz dieta. Eu procurava correr. O próprio treinamento me ajudou a emagrecer. Nunca deixei de jogar bola, já no gol. Quando cheguei aos 12, cresci e voltei a ficar magro", lembra.

O goleiro afirma que lidava bem com brincadeiras dos colegas de time, na época o Regatas, de Ribeirão Preto. "Eu levava na boa. Sempre fui muito brincalhão. Em um momento ou outro eu ficava com um pouco mais de raiva, mas coisas de criança. Hoje encontro os amigos daquela época e damos risada", diz.

E "Diego X" chegou longe. O goleiro foi titular nas últimas quatro partidas da seleção brasileira. Somados aos dois jogos que fez em 2010, são seis com a camisa amarela, contra Gabão, Egito, África do Sul, China, Iraque e Japão.  Não levou gol em nenhum.

"Não fico pensando nos números, porque sei que uma hora vou tomar um gol. Quero é que a seleção ganhe", afirma.

DIEGO ALVES COMEÇOU A CARREIRA EM RIBERÃO PRETO QUANDO AINDA ERA "GORDINHO" E IMITAVA TAFFAREL

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CARA A CARA COM MESSI

Jogando na Espanha desde 2007, Diego Alves já enfrentou Lionel Messi mais de uma dezena de vezes. Admite ser quase impossível parar o argentino quando se está frente a frente com ele. "Ele é o melhor do mundo e, sem dúvida, o mais difícil que já enfrentei. Ele passa uma tranqüilidade quando está na frente do gol. Ele pode fazer cinco ou mais coisas num lance. Sair no mano a mano com Messi é mortal. Ele pode driblar você, tocar por cima, chutar forte. Você nunca sabe", diz. No currículo, Diego guarda um feito: ter parado o argentino em uma cobrança de pênalti (FOTO AO LADO). Foi em fevereiro deste ano, pela Copa do Rei, no empate de 1 a 1.

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