Com escalação "plano B", Brasil põe à prova plano tático de Mano contra o Japão

Fernando Duarte

Do UOL, em Wroclaw (Polônia)

  • Mowa Press

    Mano Menezes com Hulk, mantido pelo técnico para dar ritmo ao esquema tático mais ofensivo

    Mano Menezes com Hulk, mantido pelo técnico para dar ritmo ao esquema tático mais ofensivo

Quando imaginou a armação tática da seleção brasileira para as partidas contra Iraque e Japão, em especial o plano de atuar sem um homem de referência no ataque, Mano Menezes esperava contar com o elenco ideal em campo. Se contra o Iraque deu tudo certo, a equipe que entrará em campo para a partida desta terça-feira, às 9h10 (horário de Brasília), contra um time asiático em ascensão, terá certamente uma escalação de contingência. Porém, mesmo com Adriano improvisado na lateral-direita, Sandro no lugar do indisposto Ramires na linha de contenção do meio de campo, e a possibilidade de um zagueiro ou um meia fazendo as vezes de lateral, o treinador pretende por à prova seu plano de um Brasil mais polivalente e ''fominha''.

Durante a passagem da seleção por Suécia e Polônia, Mano insistiu muito no argumento de que gostaria de ver o time com mais posse de bola e um espírito mais ofensivo. Para isso, precisa abrir mão de um volante no meio de campo e usar jogadores de contenção que também tenham mais características de saída. Eleitos por Mano, Ramires e Paulinho, que ainda não tinham jogado pela seleção na função, fizeram um bom jogo contra o Iraque, algo que o treinador não vê desqualificado pela fragilidade do adversário árabe de quinta-feira passada. ''É preciso ficar claro que o Iraque também não nos ameaçou pelo que nós fizemos'', diz Mano, que diante da possível ausência de Ramires já nomeou Sandro, um jogador de características mais defensivas que o meia do Chelsea, como substituto.

Os problemas também estão nas laterais. Sem Daniel Alves e Alex Sandro, que se lesionaram em seus clubes e sequer se apresentaram na Polônia, a seleção perdeu ainda Marcelo, com uma fratura no pé direito sofrida no treino de domingo. Com o susbtituto Adriano já comprometido para surprir a ausência anterior, Mano sugeriu duas alternativas: o uso de um zagueiro (possivelmente Leandro Castan, que já cumpriu a função nos tempos de Corinthians pós-Mano) ou do meia Thiago Neves.

''A tendência é que façamos a adaptação pela esquerda para não mexer naquilo que fizemos para o jogo anterior. Mesmo a saída do Ramires não é uma mexida tática, apenas na característica do jogador. Quero manter o posicionamento tático justamente para não variar as avaliações daquilo que quero. Preciso ver este posicionamento contra um adversário mais forte'', explicou Mano.

Contra o Japão, a seleção estará fazendo o 38º jogo da Era Mano. Os japoneses, que na sexta-feira surpreenderam a França em Paris com uma vitória de 1 a 0, ocupam a 23ª posição do ranking e são apenas o terceiro adversário do Brasil este ano a ocupar o Top 30 da classificação da Fifa. Em junho, a o Brasil derrotou a Dinamarca, então nona do mundo, e EUA (29º), perdendo de Argentina (sétima) e México (19º). A equipe asiática jamais venceu um duelo de equipes principais, perdendo seis jogos e empatando dois. No entanto, obteve um histórico triunfo nas Olimpíadas de Atlanta, em 1996, superando um time que contava com Roberto Carlos, Ronaldo, Rivaldo e Bebeto.

A equipe atual ainda não exibe um escalpo tão significativo, mas perdeu apenas uma de 10 partidas disputadas em 2012 – caiu por 1 a 0 diante do Uzbequistão, em casa, pelas eliminatórias aisáticas. Sofreu ainda para derrotar o mesmo Iraque goleado pelo Brasil em outro jogo da caminhada para o Mundial de 2014, mas encontra-se numa situação para lá de confortável em seu grupo: com 10 pontos em quatro partidas, lidera com seis pontos de vantagem para o segundo colocado uma chave que classifica os dois primeiros para o Brasil.

Mais importante, porém, é que um grupo formado em sua maioria por jogadores atuando na Europa, incluindo o atacante Shinji Kagawa, do Manchester United, está ganhando confiança. E, na opinião de seu treinador, o italiano Alberto Zaccheroni, perdendo o medo de bichos-papões. ''Não vamos ficar esperando ninguém na defesa. Vamos lutar com coragem, porque podemos dizer que o crescimento relativo do futebol japonês foi maior até que o brasileiro nos últimos anos. Assim como fizemos com os franceses, queremos fazer os brasileiros suarem'', afirma Zaccheroni.

BRASIL x JAPÃO
Data: 16/10/2012 (terça-feira)
Horário: 9h10 (de Brasília)
Local: Estádio Miejski, em Wroclaw (Polônia) 

BRASIL: Diego Alves, Adriano, Thiago Silva, David Luiz e Leandro Castan (Tiago Neves); Ramires (Sandro), Paulinho, Kaká e Oscar; Hulk e Neymar. Técnico: Mano Menezes
JAPÃO: Kawashima, Hiroki, Konno, Yoshida e Nagatomo; Hasebe, Endo, Kiyotake, Honda e Kagawa; Havenaar. Técnico: Alberto Zaccheroni
 

Veja também



Shopping UOL

UOL Cursos Online

Todos os cursos