Técnico do Iraque, Zico reclama de amistoso: "Pedi o País de Gales e recebi o Brasil"

Fernando Duarte

Do UOL, em Malmö (Suécia)

  • AFP PHOTO/KARIM JAAFAR/AL-WATAN

    Zico já enfrentou a seleção brasileira no comando do Japão. Agora, ele dirige o Iraque

    Zico já enfrentou a seleção brasileira no comando do Japão. Agora, ele dirige o Iraque

Treinador da seleção iraquiana, adversária do Brasil no amistoso desta quinta-feira, em Malmö (Suécia), o ex-jogador Zico disse que a partida contra a equipe de Mano Menezes foi marcada a sua revelia pelos dirigentes da Federação Iraquiana. Inicialmente, o técnico da equipe asiática pretendia usar a data Fifa para enfrentar um adversário de estilo de jogo semelhante ao da Austrália, que o Iraque enfrentará na semana que vem pelas Eliminatórias Asiáticas para a Copa do Mundo de 2014.

''Tinha pedido à Federação Iraquiana que trouxesse o País de Gales ou a Escócia, times mais parecidos com a Austrália. Aí fui informado de que jogaríamos com o Brasil. Os caras fizeram o contrário do que pedi'', disse Zico, com um sorriso. No entanto, o treinador vê na partida uma oportunidade preciosa de dar experiência para um time que carece de partidas contra equipes de nível. ''Para os garotos, é uma ótima experiência. Eles não têm a oportunidade de fazer jogos como esse. Assumi o Iraque há um ano e até hoje só conseguimos amistosos contra Serra Leoa e Burkina Faso, por exemplo. Ninguém quer jogar com a gente''.

Zico
Zico


Zico também não gostou da logística do amistoso. Proibido de jogar em seu país por conta dos problemas de segurança, a seleção iraquiana tem mandado seus jogos em Doha, no Catar, onde as temperaturas estão invariavelmente acima dos 30 graus nesta época do ano, algo bem diferente do outono europeu. ''O maior problema é sair do ritmo de treinamento. Fizemos uma viagem de 10 horas para esse jogo, com a diferença de temperatura, quando o adversário é que precisava nos visitar. Mas é o Brasil, então então a gente faz o sacrifício'', disse o técnico, resignado.

Apesar de inicialmente indesejado, o Brasil ao menos é um adversário fora do que Zico classifica como uma espécie ciclo vicioso. Ele cita como exemplo a política que implementou quando foi treiandor da seleção japonesa, na década passada, quando fez a equipe medir forças com forças do mundo inteiro. ''Precisamos de mais intercâmbio, de enfrentar equipes fora da região. Foi a mesma coisa contra o Japão. Diziam que os japoneses tinha medo de encarar equipes africanas, então fiz questão de marcar vários jogos contra elas'', brincou.

Depois de comandar o Japão na Copa do Mundo de 2006, quando inclusive enfrentou o Brasil na primeira fase (derrota por 3 a 1), Zico agora tenta classificar a equipe árabe para o Mundial de 2014, uma tarefa difícil não apenas por conta dos problemas internos do Iraque. Com apenas uma participação em Copas (México-86, com outro brasileiro, Evaristo de Macedo, no comando), o Iraque caiu no grupo de Japão e Austrália nas eliminatórias. Em três jogos, soma apenas dois pontos.

''Ainda temos chance, pois as equipes são muito niveladas, talvez com exceção do Japão, que tem jogadores em muitas ligas européias. Mas precisamos de vitórias''.

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