Goleiro Jefferson vê indefinição na briga por vaga na Copa, mas admite: "subi um degrau"
Luiz Gabriel Ribeiro, Paulo Passos e Renan Prates
Do UOL, no Rio de Janeiro e em São Paulo
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Satiro Sodré/AGIF
O goleiro Jefferson, do Botafogo, foi chamado mais uma vez para defender a seleção brasileira
A posição de goleiro é uma das mais indefinidas na cabeça do técnico Mano Menezes na montagem da seleção brasileira que atuará na Copa do Mundo de 2014. Presente nos últimos chamados do treinador, o arqueiro botafoguense Jefferson reconhece o momento de dúvidas do treinador sobre o titular da posição e diz que subiu um degrau na briga com os demais.
Na entrevista exclusiva que concedeu ao UOL Esporte, Jefferson diz estar preparado para defender a seleção brasileira se o Mundial fosse nesse ano, fala sobre o lobby para Diego Cavalieri, goleiro do Fluminense, ser chamado e sobre a atual fase que vive defendendo a meta do Botafogo no Brasileirão. Confira na íntegra:
UOL Esporte: Como você vê a disputa entre os goleiros para a Copa do Mundo? Vê alguém na sua frente?
Jefferson: A briga na seleção está bem equilibrada. Claro que me sinto subindo um degrau. Tenho valorização e reconhecimento muito importante dentro da seleção. Quando entrei, sabia que era o quarto goleiro e hoje estou ali brigando entre o primeiro e o segundo. Isso mostra que estou no caminho. A valorização é nítida e preciso de um pouco mais para assumir a posição em definitivo e garantir regularidade.
NÚMEROS DE JEFFERSON NA SELEÇÃO
Convocações: 24 Jogos: 6 Gols sofridos: 3 Minutos jogados: 466 |
UOL Esporte: Como é o ambiente da seleção durante a concentração. Os atletas brincam muito? Desempenho de seus clubes entra na conversa?
Jefferson: Não tem muitas brincadeiras [sobre dribles de atacantes ou frangos de goleiros]. A gente se respeita muito e não tem muitos comentários. A gente comenta e fala mais sobre os gols. Lá dentro, rola mais brincadeiras de videogame, por exemplo. Falar sobre clube parece ser meio antiético.
UOL Esporte: Muito se fala no lobby que existe por uma chance para o Diego Cavalieri. Acha que ele merece a chance?
Jefferson: Diego Cavalieri é equilibrado, não tem nada que reclamar dele. É um cara firme. O Brasil pode ter a certeza que tem bons goleiros. O Mano tem as suas opções, mas o Diego pode estar na seleção daqui a pouco.
UOL Esporte: Ex-goleiros com passagem na seleção brasileira se mostraram preocupados com a atual geração. Você vê essa geração no mesmo nível da passada e nas mesmas condições de defender o Brasil na Copa?
Jefferson: As criticas não me afetam. No Brasil, você encontra quatro, cinco ou seis goleiros que podem estar na seleção. Talvez, o Mano não tenha achado o goleiro ideal ainda. Mas opções, com certeza, ele tem. Espero estar dentro do plano dele.
UOL Esporte: Jogar a Copa no Brasil é um peso para a seleção? As críticas da torcida podem influenciar de forma negativa o desempenho dos atletas?
Jefferson: A torcida motiva. Ela estará em peso, com festa. Não tem que amedrontar os jogadores. Pelo contrário, você estará em casa, com apoio dos torcedores. Com certeza, os torcedores vão fazer a diferença e ajudar bastante a seleção.
UOL Esporte: Está no auge da sua forma ou ainda falta algo? Acha que tem o que melhorar até 2014?
Jefferson: O auge de um jogador chega com a maturidade e a experiência. Tem jogador com 22 anos ou 23 anos que fala que está no auge, mas sempre tem muita coisa para melhorar. Hoje eu cresci bastante, passei por dificuldades. Acho que estou preparado para assumir a responsabilidade que tenho na seleção. Se a Copa fosse hoje, estaria preparado.
NA LUTA PELA COPA-2014
Talvez, o Mano não tenha achado o goleiro ideal ainda. Mas opções, com certeza, ele tem. Espero estar dentro do plano dele.
Sobre a briga por uma vaga UOL Esporte: O goleiro jogar na Europa não é mais determinante para receber chance na seleção como era antigamente. O que achou da experiência de jogar lá? (já passou pelo futebol turco)
Jefferson: Jogadores no Brasil são valorizados atualmente. Muitos jogadores renomados estão vindo de fora. Jogar no exterior é uma escolha mais financeira, mesmo porque o profissionalismo aqui dentro está muito avançado. Para mim, foi importante passar pela Turquia. Profissionalmente, aqueles quatro anos não acrescentaram muito na minha carreira, mas amadureci bastante.
UOL Esporte: Acha que a boa fase do Botafogo tem a ver com a sua convocação?
Jefferson: Fase boa do Botafogo é importante. Minha convocação não é só individual. Para um jogador ser convocado, o time tem que estar bem, vencendo e conquistando títulos. A estrutura do Botafogo me ajuda bastante. É mérito dos meus companheiros e espero continuar nessa pegada para sempre ser lembrado.
UOL Esporte: Fazer desenho na cabeça durante a Copa está nos planos? (já desenhou estrela e fez declaração para a esposa)
Jefferson: Não faço nada premeditado. É o calor da situação mesmo. Não sou aquele jogador marqueteiro e de querer chamar atenção. É uma coisa que sinto vontade e faço. Fiz homenagem para minha esposa e uma estrela para o Botafogo. Dá vontade de fazer alguma coisa diferente. Na hora dá uma loucura é faço.