Em reunião, Fifa cogita apelar a navios na Copa por falta de hotéis
Rodrigo Mattos
Do UOL, em Zurique (SUI)
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Daniel Marenco/Folhapress
Falta de hotéis no Rio de Janeiro preocupa a Fifa antes da Copa do Mundo de 2014
O número reduzido de hotéis em algumas sedes da Copa-2014 no Brasil levaram a Fifa a cogitar o uso de navios como hospedagem. Essa alternativa já faz parte do plano para a Olimpíada do Rio-2016 e foi introduzida para o evento do futebol ontem em reunião da entidade com o COL (Comitê Organizador Local).
Quem levantou a possibilidade de usar essa opção foi a Match, empresa que organiza a hospedagem oficial para a Fifa no Mundial. A empresa, ressalte-se, não cobre toda a acomodação da competição, já que a maioria dos turistas faz reservas por conta própria ou com outras agências.
"A Match [empresa que organiza hospedagem oficial da Fifa] pode colocar navios no Rio. Estão procurando cuidar de nossos clientes [árbitros, pessoal técnico, imprensa]. Mas o COL não tem relação com hospedagem. Isso é questão do governo federal", explicou o diretor executivo do comitê Ricardo Trade.
Há um grupo especial com membros do governo federal e organizadores privados do Mundial envolvido nas resoluções das questões de hospedagem e de transporte, hoje os maiores gargalos da Copa. A opção de usar navios, por enquanto, tinha aparecido só no Congresso Federal e em outras discussões do governo.
Embora Trade só tenha falado no Rio, o presidente do COL, José Maria Marin, lembrou que o Brasil tem uma costa grande e poderia receber navios em outras cidades-sedes. "O Brasil oferece condições para isso", analisou. Há a questão da estrutura portuária que nem sempre é a ideal nas cidades-sedes.
E uma das sedes com maior problema de hospedagem fica bem longe da costa: é Cuiabá, onde há o menor número de leitos disponíveis entre todos os 12 locais que receberão jogos.
Fato é que a Fifa e seus parceiros se mobilizam para tentar encaminhar uma solução após perceber que, de fato, não subirão hotéis em número suficiente para acomodar o montante de turistas esperado. "Há uma pequena preocupação com a hospedagem", reconheceu Jim Boyce, membro do Comitê Executivo da Fifa.