Após as vitórias recentes da seleção brasileira sob vaias, em Goiânia e São Paulo, a diretoria da CBF manterá o técnico Mano Menezes no cargo, mas não o poupará dos apupos dos torcedores. Foi o que ficou claro pelo discurso da cúpula da entidade que está na Suíça para reuniões com a Fifa.  

Questionado sobre a permanência de Mano no time, o presidente da CBF, José Maria Marin, disse que ele "fica" no comando do time. "Tranquilo. Ele é o treinador", afirmou ele, que não quis responder se o garantia até 2014.

Mas o vice-presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, indicou que a confederação nada fará para aliviar a pressão da torcida sobre o time e o treinador. Isso não será levado em conta, por exemplo, na hora de decidir novos locais de amistosos da seleção.

"Não quer pressão, vai jogar no mato", disse o dirigente. "Os jogadores são pressionados, o técnico é pressionado, a administração é pressionada. Essa administração também está sob pressão."

Em uma palestra no Brasil, na última semana, o diretor de seleção da CBF, Andres Sanchez, afirmou que o time poderia até jogar menos amistosos no país por causa das vaias. Del Nero disse que até analisaria os lugares futuros onde o time atuaria, mas não levará em conta as pressões da torcida.

Na verdade, a ISE (Internacional Sports Events) tem poder sobre a escolha dos adversários e o local dos jogos. A CBF tem poder de veto, mas não de fazer opções.

Em compensação, Del Nero prometeu que a entidade levará em consideração aspectos técnicos na escolha do local onde a seleção concentrada durante a Copa-2014. "Não dá para fazer política com a seleção",  afirmou o dirigente.

Mas ainda não há definição se o Brasil ficará em um lugar fixo ou se será intinerante, segundo ele. A escolha do Brasil, no entanto, não pode demorar muito porque o país também participa do processo seletivo de CTs da Fifa, que privilegia quem chegar em primeiro lugar.