Governo do DF quer R$ 11 mi de volta por falhas em contrato de amistoso da seleção

Vinicius Konchinski

Do UOL, no Rio de Janeiro

  • Facundo Arrizabalaga/EFE

    Presidente do Barcelona, Sandro Rosell, é dono de empresa contratada irregularmente

    Presidente do Barcelona, Sandro Rosell, é dono de empresa contratada irregularmente

O governo do Distrito Federal quer de volta os cerca de R$ 11 milhões (valores atualizados) gastos pela gestão do ex-governador José Roberto Arruda para a realização de um amistoso da seleção brasileira em Gama, cidade satélite de Brasília. Uma auditoria feita pela Secretaria de Transparência e Controle do DF concluiu que a contratação do jogo foi irregular. Por isso, segundo o órgão, o dinheiro gasto com o amistoso tem que voltar aos cofres públicos distritais.

O amistoso foi realizado em 2008 pela empresa Ailanto Marketing, de Sandro Rosell, presidente do Barcelona. No jogo, o Brasil venceu Portugal por 6 a 2.

Indícios de que o contrato para realização do amistoso foi superfaturado levaram a Polícia Civil e o Tribunal de Contas do DF a investigá-lo. Uma investigação também foi aberta na Secretaria de Transparência e Controle do DF. Quase quatro anos depois do jogo, a secretaria chegou a conclusão de que o contrato é mesmo irregular.

Segundo o secretário Carlos Higino, uma série de falhas foram verificadas da contratação da Ailanto. Ele disse que a empresa recebeu parte do pagamento a que tinha direito pelo jogo antes da partida, o que é vedado em contratos desse tipo. A Ailanto também já havia recebido valores antes mesmo de que Diário Oficial autorizasse sua contratação, feita sem licitação.

AS FALHAS NO CONTRATO

. Recomendações da Procuradoria do DF desrespeitadas
. Ausência de pesquisa prévia de preços para contratação do jogo
. Ausência de um projeto básico para a realização do amistoso
. Ailanto recebeu parte do pagamento antes de promover o jogo
. Ailanto recebeu antes do contrato ter sido oficialmente autorizado

Higino disse ainda que a Procuradoria do Distrito Federal apontou uma série de requisitos que deveriam ser cumpridos para que o contrato pudesse ser firmado com a Ailanto. Nenhum deles foi respeitado pelo governo. "O governador ignorou as recomendações e assinou esse contrato na marra", afirmou Higino. "Não teve projeto, pesquisa prévia de custos, nada disso."

Por tudo isso, a secretaria quer que Arruda, o ex-secretário de Esportes do DF, Aguinaldo de Jesus, e os sócios da Ailanto, Rosell e Vanessa Almeida Precht, devolvam o que receberam do governo.

Esse pedido será agora levado ao Tribunal de Contas do DF. Caso os conselheiros aprovem o parecer da secretaria, os responsáveis pelo jogo serão cobrados pelo governo.

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