Apesar de rejeitar nomes, Corinthians faz pedido para registrar marcas Itaquerão e Fielzão

Paulo Passos*

Do UOL, em São Paulo

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Enquanto rejeita a utilização dos nomes Itaquerão e Fielzão para o seu estádio que está sendo construído na zona leste de São Paulo, o Corinthians age para registrar as duas marcas. O clube entrou com pedido no INPI (Instituto Nacional de Propriedade Intelectual), autarquia do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, para ser dono dos dois nomes para uso comercial em sete categorias de comércio e serviço, entre elas estádios de futebol. O clube informa que os registros foram feitos para evitar que empresas usem o nome em referência à arena.

Os pedidos do Corinthians foram feitos entre novembro e dezembro de 2011. Ao solicitar a posse exclusiva das marcas, o clube contesta que  outras empresas que tentem usar comercialmente os termos Itaquerão e Fielzão. 

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"Temos mais de 10 pedidos de oposição a empresas que pretendem usar as marcas Itaquerão e Fielzão. O Corinthians vem solicitando registro de várias marcas que podem ser utilizadas no estádio. Além de Itaquerão e Fielzão tem mais duas. Depositamos os nomes no INPI a pedido do marketing do clube", afirmou ao UOL Esporte a advogada Luciana Bampa Haddad, contratada pelo clube para cuidar do registro de marcas.

O Corinthians tenta garantir exclusividade na utilização dos nomes em dezenas de produtos e serviços como bolas, artigos esportivos, roupas, serviços de telecomunicação, malas, guarda-chuvas, revistas, livros, lojas e, é claro, arenas esportivas.

Desde o pedido até a aprovação do registro, o processo costuma levar dois anos, segundo advogados especialistas na área ouvidos pelo UOL Esporte. Como entrou com os processos em novembro e dezembro de 2011, o Corinthians deverá ter a aprovação do uso exclusivo das marcas justamente na inauguração do estádio, prevista para o final de 2013.

O departamento de marketing do Corinthians classifica a medida de registrar as marcas como "preventiva" e nega que pretenda batizar o estádio como Fielzão ou Itaquerão. O sonho do clube é vender o nome para uma empresa, que exponha a sua marca e banque parte do custo da obra, orçada em R$ 820 milhões, mas que deve ultrapassar R$ 1 bi.

"Não vamos usar essas marcas Itaquerão e Fielzão. O estádio não terá esses nomes. Registramos apenas para impedir que alguém faça isso e use fazendo referência à Arena Corinthians. A gente não tem pressa, mas vamos anunciar um naming rights", afirmou ao UOL Esporte o gerente de marketing do clube, Caio Campos.
 

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Até agora, entretanto, o Corinthians não conseguiu nenhuma empresa disposta a bancar o naming rights. Praxe nos Estados Unidos e na Europa, a ação ainda não pegou no Brasil. O Atlético-PR foi pioneiro no país em vender o nome de uma arena, para a japonesa Kyocera. Porém, após o nome ser ignorado pelas emissoras de televisão, o contrato não foi renovado. O Corinthians diz ter acertado com a TV Globo que a empresa patrocinadora do estádio, caso algum acordo seja concretizado, terá o seu nome citado nas transmissões e telejornais da emissora.

Hoje descartado pelo Corinthians, Fielzão já foi nome de um dos projetos de estádio do clube. No final da década de 90, o clube assinou uma parceria com a Hicks, Muse, Tate & Furst. Uma das promessas da empresa era construir uma arena para os corintianos, que seria batizada de Fielzão. O projeto do Hicks acabou não saindo do papel e a parceria foi desfeita em 2003.

* colaborou Bruno Thad

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