Sem brasileiros, orgãos da Fifa vão investigar e julgar Havelange e Teixeira

Do UOL, em São Paulo

  • Getty Images

    João Havelange, então presidente da Fifa, e Joseph Blatter, atual mandatário, em envento da Copa de 1994

    João Havelange, então presidente da Fifa, e Joseph Blatter, atual mandatário, em envento da Copa de 1994

A Fifa divulgou nesta terça-feira a criação de uma força-tarefa para investigar casos de corrupção na entidade, incluindo o escândalo de subornos envolvendo Ricardo Teixeira, ex-presidente da CBF, e João Havelange, presidente de honra da entidade máxima do futebol. O Comitê de Ética da Fifa terá agora dois órgãos: a câmara de investigação e a câmara de julgamento. Somadas, as duas têm 15 membros, nenhum brasileiro.

O norte-americano Michael Garcia, ex-membro do comitê executivo da Interpol, vai chefiar a câmara responsável pela investigação. O juiz alemão Hans-Joachim Eckert, ex-presidente do Tribunal Penal de Munique, especializado no julgamento de crimes de corrupção, fraude fiscal e crimes financeiros, foi nomeado para comandar o tribunal que julgará os casos e vai impor as sanções.


"Ele (Michael Garcia) terá não só o direito como também o dever de fazer esse caso ser analisado nos aspectos éticos e morais, e então se reportar ao comitê executivo", afirmou o presidente da Fifa, Joseph Blatter, em entrevista coletiva nesta terça. "Os presidentes de ambas as câmaras são totalmente independentes, isso foi solicitado pelo Congresso da Fifa", completou.

Sem brasileiros, a câmara investigadora da Fifa terá representantes de Guam (Robert Torres), Austrália (Les Murray), Barbados (Ronald Jones), Colômbia (Jorge Iván Palacio), França (Noël Le Graët), Maurtiânia (Ahmed Ould Abderrahmane). Já a câmara julgadora terá membros da Namíbia (Petrus Damaseb), Uruguai (Juan Pedro Damiani), Estados Unidos (Burton K. Haimes), Senegal (Abdoulaye Mokhtar Diop), Papua-Nova Guiné (Jack Kariko), Noruega (Yngve Hallén) e Vietnã (Thi My Dung).

Documento divulgado na semana passada mostra que Havelange e Teixeira foram condenados pela Justiça suíça por terem recebido R$ 45 milhões em propinas relacionadas à venda de direitos comerciais de Copas do Mundo na década de 1990. Os valores foram pagos pela empresa ISL, que havia sido encarregada pela Fifa da venda dos direitos, mas que faliu em 2001, deixando uma enorme dívida. Os brasileiros pagaram multas de mais de R$ 11 milhões após serem condenados.

"O Tribunal Federal da Suíça já julgou o caso e tomou as decisões legais cabíveis. O que faremos agora é analisar o caso sob os pontos de vista da moral e da ética", afirmou o presidente da Fifa, Joseph Blatter.

 

 

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