Blatter diz que o governo brasileiro está disposto a receber Valcke após polêmica

Do UOL, em São Paulo

30/03/201210h48

Sergio Lima/Folhapress

Joseph Blatter durante sua última passagem pelo Brasil, em que ele selou a paz com o governo
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A polêmica criada por Jérôme Valcke, secretário-geral da Fifa que falou que o Brasil precisava de um “chute no traseiro”, está encerrada. Pelo menos é o que diz Joseph Blatter, presidente da Fifa, que diz que seu subordinado segue com caminho aberto para negociar com o país depois de ter sido “vetado” por Aldo Rebelo, ministro do Esporte.

“O Comitê Executivo Local expressou confiança total no trabalho do secretário-geral. Não há nenhuma mágoa sobre essa situação por parte do governo e este assunto está encerrado”, disse Blatter, acrescentando que Valcke voltará ao Brasil.

O próprio Valcke, no entanto, não pôde responder sobre o assunto. O secretário-geral foi questionado sobre a repercussão da declaração que ele deu, mas Blatter impediu que seu subordinado falasse e tratou de encerrar a polêmica diante dos microfones.

A declaração foi o ápice da crise entre o governo brasileiro e a Fifa. Incomodado com a demora na aprovação da Lei Geral da Copa, Valcke irritou os políticos brasileiros. Marco Aurélio Garcia, secretário de assuntos internacionais do governo Dilma, chegou a chamar o cartola de "vagabundo", enquanto Aldo Rebelo disse que não negociava mais com ele.

Valcke e o próprio Blatter pediram desculpas e a paz foi selada na reunião entre o presidente da Fifa e Dilma Rousseff, há poucas semanas. Naquele momento, no entanto, ninguém cravou que o secretário-geral da Fifa voltaria a conversar com o governo brasileiro, como fez o mandatário da entidade nesta sexta.

Blatter ainda foi questionado sobre os atrasos na preparação brasileira, mas respondeu sempre esbanjando confiança na Copa de 2014. Um jornalista chegou a questionar se a publicidade negativa não poderia impactar na venda de ingressos, como acontece hoje com a Eurocopa deste ano, que será na Ucrânia e na Polônia.

"Não acho que isso vá impedir as pessoas de assistirem à Copa do Mundo quando ela está no país do futebol. As pessoas estão querendo visitar o Brasil. E tenho certeza que encontraremos soluções para os problemas", emendou Blatter.

Joseph Blatter