Themba Hadebe/AFP Photo

De Jong acerta Xabi Alonso durante a final entre Espanha e Holanda

11/07/2010 - 18h05

Pancadaria holandesa faz da final de 2010 a "mais violenta" das Copas

Alexandre Sinato, Bruno Freitas e Mauricio Stycer
Em Johanesburgo (África do Sul)

A expectativa de uma final de Copa de beleza técnica entre duas das seleções mais talentosas do planeta parou no bico da chuteira e no ímpeto exagerado dos jogadores de Holanda e Espanha, que fizeram neste domingo a decisão “mais violenta” da história dos Mundiais, no empate sem gols no Soccer City, em partida decidida na prorrogação a favor dos espanhóis (1 a ).

CARTÕES EM FINAIS

1970 2 amarelos
1974 4 amarelos
1978 4 amarelos
1982 5 amarelos
1986 6 amarelos
1990 3 amarelos
2 vermelhos
1994 4 amarelos
1998 3 amarelos
1 vermelho
2002 2 amarelos
2006 4 amarelos
1 vermelho
2010 13 amarelos
1 vermelho

Com 13 amarelos e um vermelho, a final da Copa da África do Sul supera a final do México em 1986, quando argentinos e alemães haviam recebido seis punições. Neste domingo, foram nove cartões para a Holanda (contando a expulsão) e mais cinco para a Espanha.

Ao fim dos 120 minutos, os finalistas do Mundial somavam 47 faltas, sendo 28 dos holandeses e 19 dos espanhóis (foram 38 apenas no tempo normal).

Quem mais contribuiu para este cenário foram os jogadores da Holanda, que trocaram o jogo limpo da campanha na Copa por um festival de botinadas, das mais variadas, sejam rasteiras ou aéreas.

O primeiro tempo acabou com vinte faltas cometidas, 12 apenas dos holandeses, que exageraram nas entradas imprudentes. Van Bommel liderou as pancadas e levou amarelo após pegada dura em Iniesta.

Mas o lance mais feio da etapa inicial foi protagonizado por De Jong, que levantou a perna até o peito do espanhol Xabi Alonso e levou o adversário ao solo.

Antes do intervalo, a arbitragem do inglês Howard Webb ainda poupou Sneijder após um choque com Busquets. O juiz interpretou que não houve intencionalidade do meia holandês e preferiu apenas uma bronca no jogador.

No segundo tempo, a conta subiu após entrada de Van Bronckhorst, jogador que tem uma expulsão em Copas, em 2006. Robben reclamou e levou o seu. Capdevilla também colaborou do lado espanhol.

Minutos mais tarde, Iniesta agrediu Van Bommel sem bola, mas o lance acabou ignorado por Howard Webb, que na véspera havia dito que sonhava com uma atuação discreta. No entanto, mais uma vez o inglês preferiu a conversa para acalmar os ânimos das duas equipes.

A prorrogação reservava a expulsão do jogo. Heitinga cometeu falta próxima à área, parando um ataque espanhol, e acabou punido pela segunda vez, deixando o jogo antes do final.

A marca de jogos duros e indisciplinados da Holanda em Copas já havia sido registrada há quatro anos, no duelo de oitavas de final contra Portugal, quando dois holandeses foram expulsos e a seleção acabou com cinco amarelos e 15 faltas cometidas. Este jogo é o que apresenta o recorde de cartões na história dos Mundiais.

Compartilhe:

    Siga UOL Copa do Mundo

    Placar UOL no iPhone

    Hospedagem: UOL Host