Com disciplina militar, Coreia do Norte é o time menos violento da Copa

Quem assistiu ao jogo entre Portugal e Coreia do Norte se surpreendeu não apenas pelos sete gols lusitanos. Ao olhar as estatísticas da partida, um número saltou aos olhos: os norte-coreanos foram goleados e, mesmo assim, fizeram apenas quatro faltas. Após duas rodadas, o time é o menos violento da Copa do Mundo, com média de sete infrações por jogo.

O grande motivo para isso é a disciplina tática do time comandado pelo técnico Kim Jong-Hun. E nesse caso, o adjetivo militar não é meramente ilustrativo. Dos 23 jogadores inscritos no Mundial sul-africano, 14 jogam ou têm passagem por clubes ligados aos militares.

Cinco jogadores atuam no Amrokgang, o time do Ministério da Defesa. Outros dois atuam no Sobaeksu, um dos times do exército. O restante joga no 25 de Abril, também do exército – incluindo nessa conta um dos craques do time, Hong Jong Jo, que atua no Rostov, da Rússia, mas foi formado pelo clube.

Além disso, atletas que nasceram no Japão, como o atacante Jong Tae Se, foram educados em escolas pagas pelo regime de Pyongyang e, com isso, também são defensores ferrenhos do sistema político vigente no país. O choro do 'Rooney asiático' na estreia da Copa do Mundo, contra o Brasil, é um exemplo disso.

Depois dos norte-coreanos, o time que menos bate no Mundial é a Espanha: média de nove faltas por partida. E nesse quesito, os espanhóis também mostram fair play: além de não bater, são agredidos. O time é segundo no ranking de faltas recebidas, com média de 20,5 por jogo. Só o Japão foi mais derrubado, com 23,5.

Nos cartões os espanhóis também levam vantagem. Donos de futebol envolvente, os comandados de Vicente Del Bosque são os únicos que ainda não foram advertidos pelos árbitros na Copa. A Coreia do Norte recebeu dois cartões amarelos, para Pak Chol Jin, por uma pancada, e Hong Yong Jo, por reclamação.

O curioso vai ser avaliar o comportamento dos norte-coreanos na próxima rodada. Eles encaram a Costa do Marfim, time mais vilento do Grupo G e o quinto colocado na estatística em toda a Copa. Drogba & Cia. fizeram 20 faltas em média por partida nas duas primeiras rodadas. À frente, só França e Suíça (22), Chile (21) e Nova Zelândia (20,5).

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