20/06/2010 - 18h21

Apesar do jogo do Brasil, fiéis seguem tradição e assistem à missa em latim

Guyane Araújo
Em Belo Horizonte

Todos os domingos há dois anos, Joel Xavier, que mora no Bairro Calafate, em Belo Horizonte, vai à capela do colégio Monte Calvário, situada à Avenida do Contorno, no Bairro Prado, na Zona Oeste da capital mineira, para assistir à missa celebrada em latim. O seu ritual e de outras cerca de 100 pessoas não foi alterado neste domingo, mesmo sendo dia de jogo da seleção brasileira pela Copa do Mundo da África do Sul.

A celebração, que acontece às 17h, foi realizada normalmente, começando com o time de Dunga ainda em campo contra a Costa do Marfim, no segundo jogo do Brasil pelo Mundial, vencido por 3 a 1. “Queria assistir ao jogo, mas se colocar na balança, o compromisso que tenho com Deus semanalmente é mais importante”, observou.

Para que os fiéis possam entender o que o padre fala e acompanhar a missa é distribuído um missal com páginas em latim do lado esquerdo e em português no lado direito. Outra parte diferenciada na missa é a posição do celebrante em relação aos fiéis.

“O padre celebra a missa de costas para os fiéis, mas de frente para Deus. Ela (a missa) simboliza o sacrifício de Jesus. O padre oferece o sacrifício de Jesus a Deus. Não é que ele esteja de costa para o povo, mas de frente para Deus”, explicou Joel, que começou a frequentar a missa em latim a convite de um amigo.

As missas foram celebradas obrigatoriamente em latim até que o Concílio Vaticano II, na década de 60, decidiu por algumas mudanças, entre elas, permitindo que as celebrações passassem a ser feitas nos idiomas locais. Alguns fiéis, no entanto, preferem manter a tradição.

Em Belo Horizonte, este grupo realiza as missas em latim desde 2004. “Ela mostra melhor que a missa é mais a liturgia e sacrifício do Nosso Senhor. As orações também são mais antigas”, diz o organizador Renato Sales.
 

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