18/06/2010 - 14h24

Em onda de insegurança, jornalistas são monitorados por satélite e escoltados

Alexandre Sinato e Bruno Freitas
Em Johanesburgo (África do Sul)
  • Profissional da Reuters passou por um curso de segurança em Johanesburgo com ex-integrantes da Scotland Yard, a polícia de Londres

    Profissional da Reuters passou por um curso de segurança em Johanesburgo com ex-integrantes da Scotland Yard, a polícia de Londres

Jornalistas brasileiros, espanhóis, portugueses e chineses já foram furtados ou assaltados na África do Sul. Três jogadores gregos também se disseram vítimas. Depois de dias de enganosa calmaria e aparente segurança reforçada para a Copa do Mundo, os problemas voltaram a aparecer. Para enfrentá-los, há empresas jogando duro. Monitoramento por satélite e escolta armada estão entre os cuidados.

A agência de notícias Reuters recorreu a uma estratégia igual às usadas para proteger celebridades e personalidades importantes. Seus profissionais enviados ao Mundial passaram por um curso de segurança em Johanesburgo com uma empresa inglesa. Os palestrantes eram integrantes da Scotland Yard, a polícia de Londres.

Todos os jornalistas enviados ao país da Copa possuem um celular que não podem desligar nunca. O motivo: o aparelho envia sinais de hora em hora avisando onde o usuário está. Se estiver em um lugar fora do previsto ou não enviar o sinal no horário determinado, os seguranças entram em ação.

JUCA RELATA

Furto encerrado

Os profissionais que ficam no centro de imprensa localizado no estádio Soccer City são escoltados diariamente. Como a região é mais afastada do centro, homens armados protegem os jornalistas durante todo o caminho. “Também não podemos dirigir sozinhos à noite e se precisarmos ir para algum lugar mais afastado temos que avisar os seguranças e pedir autorização”, conta o repórter fotográfico Paulo Whitaker. Se os seguranças não recomendarem a visita a tal local, o profissional não pode seguir caminho.

Na última quinta-feira, jornalistas brasileiros sentiram na pele (e no bolso) o clima de insegurança que ronda a Copa do Mundo. Juca Kfouri foi um deles e relatou em seu blog o ocorrido. Pessoas alteraram as senhas dos cofres localizados dentro dos quartos do hotel e levaram de US$ 300 a US$ 1.000 de cada um, extraindo apenas parte do montante total para diminuir a desconfiança.

Nos dias que antecederam a abertura do Mundial, um jornalista português chegou a ter um revólver apontado para sua cabeça por assaltantes que invadiram seu quarto. Levaram aparelhos eletrônicos, passaporte e dinheiro.

No dia da abertura, um homem foi preso por tentar roubar um computador durante a cerimônia no Orlando Stadium, no Soweto. O temor faz com que muitos jornalistas tomem inúmeros cuidados, como evitar circular à noite sem companhia, andar com o dinheiro a deixá-lo nos hotéis e não frequentar regiões tidas como mais perigosas.

O governo sul-africano alega que 190 mil policiais foram destacados para a Copa do Mundo. “Fazemos operações 24 horas para garantir a segurança do país e de todos que aqui estão”, comentou Themba Maseko, porta-voz do governo. “Aqueles que estão em perigo devem procurar a polícia, e a assistência necessária será dada.”

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