02/06/2010 - 18h30

Argentina envia à policia da África do Sul dados de 800 torcedores violentos

Das agências internacionais
Em Buenos Aires (Argentina)

Temendo possíveis confrontos entre torcedores e tumultos durante a Copa do Mundo, o governo argentino enviou, nesta quarta-feira, à polícia sul-africana fichas contendo dados de cerca de 800 “barras bravas” (torcedores violentos). O grupo pode ir ao Mundial para acompanhar a seleção de Maradona de perto.

A medida foi tomada depois que aproximadamente 30 “barras bravas” viajaram no mesmo voo da Argentina para Pretória, cidade onde os “hermanos” estão concentrados. A imprensa argentina também informou que nos próximos dias centenas de torcedores violentos irão embarcar à África do Sul.

“Já enviamos às autoridades da África do Sul todos os dados que temos sobre suspeitos que costumam causar atos violentos nos estádios”, disse Aníbal Fernández, chefe de gabinete do governo argentino.

Fernández aproveitou para afirmar que o governo local “não tem nenhum interesse em enviar este tipo de torcedor ao Mundial”. A declaração foi dada para rebater acusações de que o governo estaria ajudando pessoas suspeitas de irem à África do Sul. O político, no entanto, acrescentou que “qualquer cidadão livre pode ir, não podemos impedir que viajem à Copa.”

O presidente da Associação de Futebol Argentino (AFA), Julio Grondona, também foi acusado de ajudar o grupo de “barras bravas” para acompanhar a seleção argentina nos estádios sul-africanos. Já o treinador Diego Maradona negou qualquer vínculo com estes torcedores e disse que o translado da seleção foi responsabilidade da entidade.

“Não tenho relação com nenhum ‘barra’”, disse Maradona. “Grondona não disse absolutamente nada para mim. Ele não falou se tinha algum torcedor no voo e muito menos se havia algum ‘barra brava’”, acrescentou.

O presidente da AFA também negou que tenha ajudado algum cidadão a embarcar à África. “Espero poder me dedicar plenamente ao futebol. Não vou comentar essa polêmica”, declarou o dirigente. “Isso é problema deles, não meu”, acrescentou ao se referir sobre os jornalistas que fizeram a acusação.

Pablo Paladino, subsecretário da Segurança de Espetáculos Esportivos, revelou que está preocupado com o caso. “Não sabemos como eles chegaram lá, mas o governo sul-africano é quem vai determinar os próximos passos antes que qualquer comportamento violento aconteça”, comentou à Rádio Rivadavia.

A Argentina tem um longo histórico violento no futebol. Desde 1924, 241 pessoas morreram por agressões, segundo dados da ONG "Salvemos o Futebol".

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