Homem que calou o Maracanã em 50 é mais valorizado no Brasil, diz De Léon

A final da Copa do Mundo de 1950, no estádio do Maracanã é, de longe, a passagem mais traumática do futebol brasileiro em todos os tempos. Os pés de Alcides Ghiggia foram as ferramentas que calaram mais de 200 mil pessoas. Porém o reconhecimento o algoz acontece de forma muito mais consistente e forte em solo adversário do que no Uruguai.

“Ele, como toda a seleção de 1950, é mais valorizado aqui no Brasil do que no Uruguai”, disse o compatriota Hugo De Léon, ex-zagueiro de Grêmio, Santos e Corinthians. Com 84 anos, o atacante é o único atleta vivo do time que venceu o segundo título mundial da ‘celeste’.

Ghiggia analisou a atual seleção de seu país e apontou favoritos para a Copa do Mundo na África do Sul. “Tudo depende do primeiro jogo, se o Uruguai for bem, conseguir jogar de forma segura, as coisas podem acontecer depois e a garra charrua pode aparecer”, opinou o ex-jogador.

Cercado por outros atletas que marcaram época no Brasil, reverenciado por jovens, um deles com camisa do Uruguai, Ghiggia foi modesto. “Lembram de mim e do Uruguai em 50 por que o Brasil era favorito e nós ganhamos”, disse. “Aquilo já passou, faz muito tempo”, completou.

“O Brasil é sempre favorito para uma Copa, nessa não será diferente por que joga com alegria. Na Europa também tem gente boa. Times como a Alemanha e a Inglaterra”, finalizou.

Após muito bate-papo, fotos e autógrafos, Ghiggia se entregou e precisou sentar. Ao lado de uma familiar, ficou comentando sobre o ambiente e as pessoas ao seu redor. Bem como deve ter acontecido no vestiário do Uruguai, depois da conquista da Copa do Mundo de 1950, com um misto de orgulho e incredulidade.

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