Campeão em 1994, Mauro Silva vê seleção de Dunga competitiva e favorita

O ex-volante da seleção brasileira, Mauro Silva, conquistou a Copa dos Estados Unidos, em 1994, ao lado de Dunga. Agora, como mero torcedor, o antigo companheiro do atual técnico do Brasil vê o time nacional competitivo, bem convocado e favorito para a conquista do mundial em solo africano, a partir de junho.

“Eu vejo o Brasil com um time competitivo, forte e bem arrumado. O Dunga ajeitou uma equipe consistente e que, em alguns jogos, até foi muito bem nas Eliminatórias”, analisou Mauro, que esteve em Porto Alegre nesta segunda-feira à noite para ser homenageado como integrante do time tetracampeão mundial.

“Ficamos 24 anos sem ganhar uma Copa e vencemos com time que foi criticado por não dar espetáculo, ou seja, sempre nos cobramos demais. Temos que pensar se nossa visão não está errada mais uma vez”, alertou o ex-volante.

Favoritismo é dividido

Mauro Silva encontrou com Dunga poucas vezes desde que o antigo companheiro de posição assumiu o cargo na seleção. Porém, uma característica do capitão não mudou. “Sempre que encontro o Dunga a imagem dele se reforça para mim. O Dunga está tranquilo na função, assim como o Jorginho e ambos são muito racionais”, disse. “Muita gente cobra esse ou aquele jogador, mas os dois ficaram trabalhando nos nomes durante muito tempo e fizeram o melhor, tenho certeza”, garantiu.

Sobre quem é favorito para a Copa na África resposta na ponta da língua. “O Brasil, claro. Tem a Espanha que está jogando o melhor futebol, ganhou a Euro, mas ainda tem que mostrar muita coisa”, comentou.

Outro jogador com passagem por Copa do Mundo, o ex-atacante Edmundo, se dividiu para falar sobre o time de Dunga. “Tenho o lado torcedor, que está 100% com o Dunga, torcendo muito para que tudo dê certo, pois ele merece”, opinou. “Mas o lado de analista do futebol me obriga a dizer que o Victor está em um melhor momento que o Doni”, ponderou.

"Ronaldinho tinha que ir"

Na opinião do ex-atleta, que esteve em campo no mundial da França, em 1998, o grupo de 23 jogadores convocados está bem dividido entre as posições, mesmo que apenas quatro atacantes tenham sido chamados. “Em termos de números o Dunga acertou. A Copa é um torneio de tiro curto, você tem só três jogos certos e a oportunidade é pouca”, comentou.

A ponderação mais latente de Edmundo, no entanto, veio quando se tocou no nome de Ronaldinho Gaúcho. “Eu, se fosse técnico, não deixaria o Ronaldinho de fora. Ele poderia entrar nos finais dos jogos e ajudar demais”, destacou o ex-jogador de Palmeiras, Vasco e Flamengo. “Ninguém no grupo tem condições de substituir o Kaká, se ele precisar sair. O Ronaldinho pode, mas não vai”, completou.
 

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