08/05/2010 - 09h00

Tensão racial cresce na África do Sul após prisão de 5 homens brancos

Fábio Zanini
Da Folhapress

A prisão de cinco homens brancos suspeitos de planejar atentados contra favelas durante a Copa do Mundo da África do Sul elevou ainda mais a tensão racial no país.

A polícia sul-africana não revelou detalhes nem as circunstâncias das prisões, mas afirmou que foram encontrados planos para plantar explosivos em áreas carentes de Johannesburgo e Pretória, habitadas sobretudo por negros. Armas teriam sido apreendidas.

Os suspeitos serão acusados de terrorismo. As prisões ocorreram em diversas cidades do país, em diversos dias, no final de abril, mas a operação só foi revelada hoje. "Não são apenas pessoas de um grupo, mas de vários", afirmou Nathi Mthethwa, ministro encarregado da polícia.

O governo sul-africano declarou que está levando a sério a ameaça de um confronto em linhas raciais no país durante a competição. Na África do Sul, 80% da população é negra, 10% branca e o restante formado por mestiços e estrangeiros.

Apesar de a maioria dos brancos aceitar a nova realidade do país, democrático desde o fim do apartheid, em 1994, alguns radicais persistem na defesa de uma "pátria branca".

Esses sentimentos, que estavam escondidos nos últimos anos, foram reacesos no início do mês passado, com o assassinato do fazendeiro Eugene Terreblanche, líder de um grupo radical branco, por dois negros. O crime não teve conotação política e teria sido causado por um desentendimento quanto a questões trabalhistas.

A preocupação com a violência racial na África do Sul vem se somar aos altos índices de criminalidade nas principais cidades sul-africanas. O governo federal afirma que terá 44 mil policiais dedicados à segurança da Copa, e que os 350 mil turistas estrangeiros esperados para o evento não têm motivos para se preocupar.

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